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23 de novembro de 2024

Rover Curiosity da NASA Encontra Pistas de Como a Água Ajudou a Moldar a Paisagem Marciana


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observatory_150105Observações feitas pelo rover Curiosity da NASA indicam que o Monte Sharp em Marte foi construído por sedimentos depositados em grande leito de lago no decorrer de 10 milhões de anos.

Essa interpretação das descobertas do Curiosity na Cratera Gale sugere que o antigo Marte manteve um clima que poderia ter produzido lagos de longa duração em muitos locais no Planeta Vermelho.


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“Se a nossa hipótese sobre o Monte Sharp estiver correta, ela desafia a noção que as condições quentes e úmidas foram transientes, locais, ou somente ocorreram na subsuperfície de Marte”, disse Ashwin Vasavada, cientista de projeto do Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnica. “Uma explicação mais radical é que no antigo Marte, a atmosfera mais espessa aumentou as temperaturas acima do nível congelante globalmente, mas nós não sabemos como a atmosfera fez isso”.

O por que dessa montanha repleta de camadas localizar-se numa cratera tem sido uma questão que desafia os pesquisadores. O Monte Sharp tem cerca de 5 km de altura, seus flancos inferiores expõem centenas de camadas de rochas. As camadas de rochas – alternando entre depósitos lacustres, fluviais e eólicos – são verdadeiras testemunhas dos repetidos preenchimentos e evaporação do lago marciano muito maior e de duração bem maior do que qualquer outro local examinado em detalhe anteriormente.


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“Nós estamos a caminho de resolver o mistério do Monte Sharp”, disse o cientista de projeto do Curiosity, John Grotzinger do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. “Onde hoje tem uma montanha, uma vez existiu uma série de lagos”.

O rover Curiosity está investigando as camadas sedimentares inferiores do Monte Sharp, uma seção de rocha de 150 metros de altura, chamada de Formação Murray. Os rios carregaram areia e argila para o lago, depositando os sedimentos na boca do rio para formar os deltas similares àqueles encontrados na Terra. Esse ciclo ocorreu várias vezes.

“A grande coisa sobre um lago que ocorre repetidamente, é que que cada vez que ele volta ele é na verdade um novo experimento para dizer a você como o ambiente funciona”, disse Grotzinger. “À medida que o Curiosity sobe mais no Monte Sharp, nós teremos uma série de experimentos para mostrar padrões de como a atmosfera e a água e os sedimentos interagiram. Nós podemos ver como a química mudou no lago com o decorrer do tempo. Essa é uma hipótese suportada pelo que nós temos observado, fornecendo um arcabouço para ser testado no próximo ano”.


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Após a cratera ter sido preenchida a uma altura de no mínimo algumas centenas de metros, e os sedimentos terem se tornado rochas, as camadas acumuladas de sedimentos foram esculpidas com o tempo numa forma montanhosa pela erosão do vento que cavou o material entre o perímetro da cratera e o que agora é a borda da montanha.

Na jornada de 8 km do rover Curiosity, iniciada em 2012, desde o seu ponto de pouso até o local de trabalho atual na base do Monte Sharp, o rover descobriu pistas sobre a mudança da forma do assoalho da cratera durante a era dos lagos.


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“Nós encontramos rochas sedimentares sugestivas de pequenos e antigos deltas empilhadas nos topos umas das outras”, disse Sanjeev Gupta membro da equipe científica do Curiosity do Imperial College de Londres. “O Curiosity cruzou uma fronteira de um ambiente dominado por rios para um ambiente dominado por lagos”.


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Apesar de evidências anteriores de algumas missões marcianas que apontaram para um ambiente úmido no antigo Marte, a modelagem do antigo clima ainda tem identificado as condições que poderiam ter produzido longos períodos quentes o suficiente para que a água existisse de forma estável na superfície de Marte.


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O Mars Science Laboratory Project da NASA, usa o rover Curiosity para acessar os antigos e potencialmente habitáveis ambientes e as significantes mudanças que os ambientes marcianos têm experimentado durante no decorrer de milhões de anos. Esse projeto é um elemento da pesquisa e preparação da NASA em Marte para uma missão humana planejada para ocorrer na década de 2030.


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“O conhecimento que nós estamos ganhando sobre a evolução ambiental de Marte, decifrando como o Monte Sharp se formou também ajudará a guiar os planos para futuras missões que procurarão por sinais de vida marciana”, disse Michael Meyer, cientista líder para o Mars Exploration Program da NASA, na sede da agência em Washington.

O JPL, gerenciado pela Caltech, construiu o rover e gerencia o projeto para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.



Para mais informações sobre o Curiosity, visitem:

http://www.nasa.gov/msl

e

http://mars.jpl.nasa.gov/msl/

Siga a missão no Facebook e no Twitter, em:

http://www.facebook.com/marscuriosity

e

http://www.twitter.com/marscuriosity



Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4398

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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