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22 de dezembro de 2024

Rover Curiosity da NASA Encontra Minerais Que Confirmam Observações Prévias Realizadas Desde a Órbita de Marte


PIA19036_ip


observatory_15010541Rocha avermelhada pulverizada da primeira perfuração realizada numa montanha marciana pelo rover Curiosity da NASA é a primeira confirmação de um mineral já mapeado da órbita do planeta.

“Isso nos conecta com as identificações de minerais realizadas da órbita, o que pode nos ajudar a guiar nossas investigações à medida que nós vamos escalar o talude e testar as hipóteses derivadas do mapeamento orbital”, disse John Grotzinger, Cientista do Projeto Curiosity, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

O rover Curiosity coletou rocha pulverizada, perfurando um afloramento na base do Monte Sharp, no final do mês de Setembro de 2014. O braço robótico recolheu um punhado dessa amostra e entregou ao instrumento conhecido como Chemistry and Mineralogy (CheMin), localizado no interior do rover. Essa amostra, do alvo denominado Confidence Hills, dentro do afloramento Pahrump Hills, contém muito mais hematita do que qualquer rocha ou outra amostra de solo previamente analisada pelo CheMin durante os dois anos da missão. Hematita é um mineral de óxido de ferro que nos dá pistas sobre as antigas condições ambientais de quando ele se formou.

Em observações relatadas em 2010, antes de se escolher o local de pouso do Curiosity, um instrumento de mapeamento mineral a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, forneceu evidências da hematita numa unidade geológica que inclui o afloramento Pahrump Hills. O local de pouso do rover foi escolhido como sendo dentro da Cratera Gale, uma bacia de impacto de 154 quilômetros de diâmetro com o Monte Sharp exibindo suas camadas e se erguendo a cerca de 5 quilômetros de altura, bem no centro da cratera.


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“Nós alcançamos a parte da cratera onde nós temos a informação mineralógica que foi importante na seleção da Cratera Gale como local de pouso”, disse Ralph Milliken da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island. Ele é um membro da equipe de ciência do Curiosity e foi o principal autor do artigo em 2010 que identificava os minerais com base nas observações feitas da parte inferior do Monte Sharp, pelo instrumento conhecido como Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars, ou CRISM. Nós estamos agora no caminho onde os dados orbitais podem nos ajudar a prever que tipo de mineral nós encontraremos e assim, nos ajudar a fazer boas escolhas sobre onde devemos perfurar o Planeta Marte. Análises como essa nos ajudarão a colocar as observações na escala do robô na história geológica muito mais vasta da Cratera Gale que nós observamos desde a órbita”.

Boa parte do primeiro ano da missão do rover Curiosity foi gasto investigando afloramentos na parte baixa da cratera Gale, chamada de Baía Yellowknife, perto de onde o rover pousou. O rover encontrou ali um antigo leito de lago. As rochas ali preservaram as evidências de ali foi um ambiente úmido a bilhões de anos atrás e que ofereceu os ingredientes e uma fonte de energia favorável para a vida microbiana, se Marte um dia teve micróbios. Minerais argilosos de interesse nessas rochas na Baía Yellowknife não foram detectados da órbita, possivelmente devido à cobertura de poeira que interfere na obtenção de dados pelo CRISM.

O rover gastou boa parte do segundo ano de sua missão se dirigindo da Baía Yellowknife até a base do Monte Sharp. A hematita encontrada na primeira amostra da montanha nos diz sobre condições ambientais diferentes daquelas registradas nas rochas da Baía Yellowknife. O material rochoso interagiu com a água e com a atmosfera para tornar-se mais oxidado.

As rochas analisadas anteriormente também contêm minerais de óxido de ferro, na sua maior parte magnetita. Uma maneira de se formar hematita é colocar a magnetita nas condições oxidantes. A última amostra tem cerca de oito por cento de hematita e quatro por cento de magnetita. As rochas perfuradas na Bía Yellowknife e no caminho para o Monte Sharp contém cerca de um por cento de hematita e muito mais concentrações de magnetita.


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“Se tem mais oxidação envolvida na nova amostra”, disse o pesquisador principal do CheMin, David Vaniman do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, Arizona.

A amostra somente parcialmente oxidada, e a preservação da magnetita e da olivina indica uma gradação nos níveis de oxidação. Essa gradação poderia fornecer uma fonte de energia química para os micróbios.

O afloramento de Pahrump Hills inclui múltiplas camadas acima das camadas mais inferiores onde a amostra de Confidence Hills foi perfurada. As camadas variam em textura e podem também variar em concentrações de hematita e outros minerais. A equipe do rover está agora usando o Curiosity para pesquisar os afloramentos e acessar os possíveis alvos para uma inspeção mais cuidadosa e para futuras perfurações.

A missão pode gastar semanas ou até meses no Pahrump Hills, antes de seguir em frente para o empilhamento de camadas geológicas que formam o Monte Sharp. Essas camadas mais elevadas incluem uma faixa de rocha resistente à erosão mais elevada no Monte Sharp com uma forte assinatura orbital de hematita, que é chamada de Cadeia de Hematita. O alvo perfurado em Pahrump Hills é muito mais suave e mais profundamente erodido do que a Cadeia de Hematita.

Outro rover da NASA, o Opportunity, fez uma descoberta chave de esférulas ricas em hematita em diferentes partes de Marte em 2004. Essa descoberta foi importante como uma evidência da história da presença de água que produziu essas concreções minerais. A forma da hematita em Pahrump Hills é diferente e é mais importante como uma pista sobre as condições de oxidação. Outras evidências na Cratera Gale têm comprovado a existência de água no passado.

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Caltech em Pasadena, gerencia a Mars Reconnaissance Orbiter e o Mars Science Laboratory para o Science Mission Directorate da NASA em Washington, e construiu o rover Curiosity. O Ames Research Center da NASA em Moffett Filed, na Califórnia, desenvolveu o CheMin e gerencia as operações do instrumento. O Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Johns Hopkins em Laurel, Maryland, desenvolveu e opera o CRISM. Para mais informações sobre o Curiosity, visitem:

http://www.nasa.gov/msl

http://mars.jpl.nasa.gov/msl/

Você pode seguir a missão no Facebook e no Twitter, em:

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http://www.twitter.com/marscuriosity


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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4361

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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