A Agência Espacial Russa, Roscosmos, recentemente divulgou uma análise preliminar de falha para a missão Luna25. Este estudo científico visa analisar detalhadamente os eventos que levaram ao acidente, identificando a sequência incorreta de comandos durante a manobra de transferência de órbita como a causa mais provável. A missão Luna25 estava empenhada em explorar a Lua, mas, infelizmente, resultou em uma colisão com sua superfície após uma manobra crítica em 19 de agosto.
A manobra em questão tinha como objetivo transferir a sonda de uma órbita lunar circular para uma órbita elíptica pré-aterrissagem. O sistema de propulsão da sonda deveria operar por 84 segundos, mas, preocupantemente, funcionou por 127 segundos. Esta análise científica busca compreender a raiz desse problema e por que a sonda não conseguiu atingir a órbita desejada com um periélio de 19 km acima da superfície lunar.
Para entender a falha na missão Luna25, é fundamental analisar os detalhes técnicos envolvidos. A investigação realizada pela comissão responsável revelou que a comunicação anormal entre o sistema de controle a bordo e os acelerômetros integrados no dispositivo BIUS-L (unidade de medição de velocidade angular) desempenhou um papel crítico na falha da missão. Durante a manobra, os acelerômetros deveriam medir a velocidade da espaçonave e enviar um sinal ao sistema de controle quando ela atingisse os parâmetros programados, permitindo que o sistema de controle ordenasse o desligamento dos motores de propulsão.
Contudo, durante a manobra, o sistema de controle estava sobrecarregado com um grande volume de dados provenientes de diversos dispositivos a bordo. Esses dados eram transmitidos em forma de pacotes ou arrays, alguns dos quais deveriam ter prioridade, uma vez que a falta de priorização resultaria na distribuição aleatória de comandos no array. Infelizmente, parece que os comandos com diferentes prioridades foram agrupados em um único array.
Esse erro de agrupamento de comandos com diferentes prioridades levou ao não acionamento oportuno dos acelerômetros. Como resultado, o sistema de controle não recebeu os dados necessários dos acelerômetros, o que o deixou completamente alheio ao impulso já concedido e à velocidade atingida pela espaçonave. O desfecho inevitável foi que o sistema de controle não ordenou o desligamento dos motores de propulsão a tempo, levando a uma queima excessivamente longa dos motores.
A consequência desse erro foi a espaçonave ser inserida em uma órbita com um periélio abaixo da superfície lunar, ao contrário da órbita desejada a 19 km de altitude. Essa discrepância crítica resultou no impacto da sonda com a superfície lunar, culminando na perda da missão Luna25.
É importante destacar que a análise científica dessa falha se concentra na sequência de comandos incorreta e na comunicação falha entre os dispositivos a bordo. A investigação procura entender como esses erros de comunicação ocorreram e como podem ser evitados no futuro para garantir o sucesso de missões espaciais.
Durante manobras críticas como a transferência de órbita, a precisão é essencial. O funcionamento harmonioso de todos os sistemas a bordo é necessário para garantir que a espaçonave atinja com sucesso sua órbita desejada. A análise desta falha da missão Luna25 destaca a importância da comunicação eficaz entre dispositivos a bordo e a necessidade de priorização de comandos durante manobras críticas.
É crucial que lições sejam aprendidas com essa falha para melhorar a confiabilidade e a precisão das futuras missões espaciais. A exploração lunar é uma parte fundamental da exploração espacial e, à medida que avançamos na busca por um entendimento mais profundo do nosso sistema solar, é imperativo que erros como esse sejam evitados. Com uma análise científica detalhada, podemos trabalhar para garantir que o futuro da exploração lunar seja mais seguro e eficiente.
Em resumo, a falha na missão Luna25 foi causada por uma sequência incorreta de comandos durante a manobra de transferência de órbita, resultando em uma queima excessivamente longa dos motores de propulsão. Isso ocorreu devido a uma comunicação inadequada entre o sistema de controle a bordo e os acelerômetros do dispositivo BIUS-L. A priorização inadequada de comandos durante a manobra também contribuiu para o problema. Esta análise científica destaca a importância da comunicação eficaz e da priorização de comandos em missões espaciais críticas e busca fornecer lições para futuras explorações lunares bem-sucedidas.
