Faz muito tempo que eu falo aqui no canal sobre as altas energias do universo, que existe uma área da astronomia, chamada de Astrofísica de Altas Energias, que lida só com isso.
E isso não é por acaso.
São os fenômenos de mais alta energia que acontecem no universo que podem nos dizer muito sobre a evolução do nosso próprio universo.
Entre essas altas energias, os raios-gamma representam as energias mais altas da luz, eles podem ajudar, por exemplo, a encontrar a origem dos raios cósmicos e assim entendermos boa parte da evolução do nosso universo.
Essa área da astronomia é tão importante, que agora, ela foi parte de uma edição especial de um dos periódicos mais importantes da astronomia o Astronomy And Astrophysics que dedicou uma edição especial e nada mais nada menos que 14 artigos científicos a esse tema.
Se você quer se aprofundar nessa área comece lendo toda essa edição da AANDA como é chamada.
Essa edição e todos os artigos são baseados no estudo feito com o HESS, ou High energy Stereoscopic System, telescópios que ficam na namíbia e que são usaods pelos astrônomos para estudar os raios gamma da Via Láctea pelos últimos 15 anos.
O HESS é um sistema composto de 4 antenas com 12 metros de diâmetro e 1 antena com 28 metros de diâmetro, essas antenas são sensíveis aos raios-gamma que tem 100 bilhões de vezes mais energia do que a luz óptica.
Dentre tudo que foi mostrado nos artigos vou falar de dois exemplos particulares, os outros vocês vão ler lá.
O primeiro é sobre uma fonte incomum de raios-gamma proveniente de um aglomerado de estrelas que contem um das mais massivas e energética estrela da via Láctea, uma estrela variável luminosa azul, chamada de LBV 1806-20.
Esse aglomerado também abriga uma magnetar, ou seja, uma estrela de nêutrons extremamente magnética.
Isso causa uma ambiguidade em detectar a fonte dos raios-gamma, mas os pesquisadores acreditam que a radiação é provenienteda estrela variável azul e isso seria inédito, a primeira vez que uma emissão de raios-gamma é detectada nesse tipo de estrela.
Esse então seria um novo tipo de fonte de raios-gamma, e isso é importante para que se possa entender esse tipo de emissão.
Outro exemplo que se destaca nos trabalhos é que os pesquisadores conseguiram fazer a imagem mais detalhada até o momento de uma fonte de raios-gamma.
Trata-se de uma remanescente de supernova próxima, e isso está permitindo os astrônomos a estudarem em detalhe a fonte desses raios-gamma.
Além disso, os pesquisadores conseguiram também detectar 3 conchas de raios-gamma que possivelmente estão ligados a um novo tipo de remanescente de supernova.
Com esse super catálogo que foi feito agora com o HESS, os astrônomos querem integrar esses dados com outros obervatórios pelo mundo para acabar com as ambiguidades.
Os astrônomos continuam na luta para entender o universo de altas energias, pois eles sabem a importância desse tipo de energia no entendimento do universo como um todo.
Fonte:
https://phys.org/news/2018-04-unveiling-secrets-milky-galaxy.html
Artigos:
https://www.aanda.org/component/toc/?task=topic&id=915
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