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RESOLVIDO O MISTÉRIO DO BURACO GRAVITACIONAL DA TERRA

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BAIXE O NOVO SPACE TODAY+ NO SEU CELULAR E FIQUE CONECTADO COM O UNIVERSO! É GRÁTIS! https://www.spacetodayplus.com.br

Os cientistas podem ter finalmente identificado as origens de um “buraco de gravidade” profundo no Oceano Índico – uma região misteriosa onde a atração gravitacional da Terra é mais fraca do que em outras partes do nosso planeta.

A baixa geoidal do Oceano Índico (IOGL) é uma depressão de 1,2 milhão de milhas quadradas (3 milhões de quilômetros quadrados) encontrada a 746 milhas (1.200 quilômetros) a sudoeste da Índia. Em comparação com seus arredores, a gravidade da baixa é tão fraca que uma camada de sua água foi arrancada – tornando o nível do mar sobre o buraco 106 metros abaixo da média global.

A baixa é uma consequência de nosso planeta surpreendentemente esponjoso, que achata nos polos, incha no equador e ondula entre protuberâncias e saliências em sua superfície. Mas desde a sua descoberta em 1948, a origem deste abismo do Oceano Índico tem intrigado os cientistas.

Agora, um estudo publicado em 5 de maio na revista Geophysical Research Letters sugere que o IOGL foi causado por magma de baixa densidade que foi empurrado para o Oceano Índico pelas lajes afundadas de um oceano antigo.

“A origem dessa baixa do geoide tem sido enigmática. Diferentes teorias foram apresentadas para explicar essa anomalia negativa do geoide”, escreveram os pesquisadores em seu estudo. No entanto, “todos esses estudos analisaram a anomalia atual e não se preocuparam com a forma como essa baixa geoide surgiu”.

Para buscar uma resposta potencial, os pesquisadores usaram 19 modelos de computador que simularam os movimentos do manto e das placas tectônicas na região ao longo de 140 milhões de anos. Eles então compararam os baixos simulados que se formaram em cada teste com o buraco da vida real.

Os seis modelos que melhor simularam a baixa geoide real compartilhavam uma característica comum: plumas de magma quente de baixa densidade que subiam para deslocar o material de alta densidade abaixo da baixa, reduzindo a massa da região e enfraquecendo sua gravidade.

Essas plumas são surtos de rocha do manto originados de um distúrbio 600 milhas (1.000 km) a oeste sob a África. Conhecida como a “bolha africana”, a densa bolha de material cristalizado dentro do manto da África é do tamanho de um continente e 100 vezes mais alta que o Monte Everest.

Mas o que poderia ter empurrado pedaços desse material para o Oceano Índico? As peças finais do quebra-cabeça tectônico são “placas de Tethyan”, ou remanescentes do fundo do mar do antigo oceano de Tethys, que existia entre os supercontinentes Laurásia e Gondwana há mais de 200 milhões de anos.

Os pesquisadores sugerem que depois que a placa indiana se separou de Gondwana para colidir com a placa da Eurásia, ela passou sobre a placa de Tethys, subduzindo-a – empurrando-a para baixo da placa indiana. À medida que foi empurrado para o manto perto da África Oriental moderna, os pedaços quebrados do antigo oceano de Tétis começaram a afundar lentamente no manto inferior. Eventualmente, cerca de 20 milhões de anos atrás, as placas Tethyan afundando deslocaram parte do magma aprisionado da bolha africana para formar as plumas.

“Essas plumas, juntamente com a estrutura do manto nas proximidades da baixa do geoide, são responsáveis ​​pela formação dessa anomalia negativa do geoide”, escreveram os pesquisadores.

Para confirmar as previsões dos pesquisadores, os cientistas agora precisarão descobrir a existência das plumas usando dados de terremotos coletados em torno da baixa geoide. Se as plumas são a resposta real ou se forças ainda mais profundas estão em jogo, resta saber.

FONTES:

https://www.scientificamerican.com/article/giant-gravity-hole-in-the-ocean-may-be-the-ghost-of-an-ancient-sea1/

https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2022GL102694

#EARTH #LIFE #UNIVERSE

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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