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19 de novembro de 2024

Remanescente de Supernova Tycho: Estrelas e Listras em Explosão

Essa imagem é resultado de uma observação muito profunda feita pelo Chandra da parte remanescente da supernova Tycho, que foi produzida pela explosão de uma estrela do tipo anã branca na nossa galáxia. Raios-X de baixa energia (vermelho) na imagem mostram detritos em expansão da explosão de supernova e raios-X de alta energia (azul) mostram a onda de choque, uma concha de elétrons extremamente energéticos. Esses raios-X de alta energia mostram um padrão de listras de raios-X nunca antes vistos numa remanescente de supernova. O plano de fundo estrelado é construído com dados do Digitized Sky Survey e somente mostra as estrelas fora da remanescente.

Essas listras podem fornecer a primeira evidência direta de que as remanescentes de supernova podem acelerar partículas até energias de centenas de vezes maiores do que a alcançada pelo mais poderoso acelerador de partículas na Terra o Large Hadron Collider. Os resultados poderiam explicar como algumas das partículas extremamente energéticas bombardeiam a Terra, ou seja, como os raios cósmicos são produzidos e como eles fornecem o apoio para a teoria sobre como os campos magnéticos podem ser dramaticamente amplificados nessas ondas de choque.


Acredita-se que as listras de raios-X sejam regiões onde a turbulência é maior e os campos magnéticos mais complicados do que nas áreas ao redor. Os elétrons tronam-se aprisionados nessas regiões e emitem raios-X à medida que eles fazem o movimento em espiral ao redor da linha dos campos magnéticos. As regiões com turbulência realçada  e com campos magnéticos eram esperadas em partes remanescentes de supernovas, mas o movimento da maioria das partículas energéticas – na sua maior parte prótons – foi previsto para deixar uma intrigada rede de buracos e densas paredes correspondentes a regiões fracas e fortes de campos magnéticos respectivamente. De qualquer forma a detecção dessas listras foi uma surpresa.

O tamanho dos buracos era esperado para corresponder com o raio do movimento espiral dos prótons de mais alta energia na parte remanescente da supernova. Essas energias igualam as energias mais altas dos raios cósmicos produzidos na nossa galáxia. O espaçamento entre as listras corresponde ao tamanho, dando evidências para a existência desses prótons extremamente energéticos.

A parte remanescente da supernova Tycho, tem esse nome em homenagem ao famoso astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, que relatou a observação da supernova em 1572. Ela está localizada na Via Láctea, a aproximadamente 13000 anos-luz de distância da Terra. Devido a sua proximidade e ao brilho intrínseco, a supernova foi tão brilhante que pôde ser vista durante o dia e a olho nu.


Fonte:

http://chandra.harvard.edu/photo/2011/tycho/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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