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Região de Formação de Estrelas de Ambos os Hemisférios

Duas nebulosas com formação de estrelas brilhantes mostram como o universo é realmente belo nessas duas imagens feitas por telescópios localizados em hemisférios diferentes.

A primeira imagem mostra um delicado bordado de filamentos de gás sendo emanado do aglomerado estelar NGC346 localizado na Pequena Nuvem de Magalhães. Essa imagem foi feita pelo equipamento Wide-Field Imager que está acoplado ao telescópio de 2.2 metros Max Planck Gessellschaft localizado no Observatório Sul Europeu no Chile. O NGC346 é considerado como sendo a região de formação de estrela mais brilhante localizado na Pequena Nuvem de Magalhães, sendo parte uma nebulosa de emissão e parte um aglomerado aberto. As estrelas no centro são gigantes quentes, sua radiação é dispersa e aquece o gás das estrelas em formação , causando o brilho desse gás. As estrelas massivas no centro e as muitas pequenas estrelas localizadas aleatoriamente pelos 200 anos-luz de extensão foram formadas pela mesma explosão de formação de estrelas, enquanto que as estrelas de tamanho médio foram criadas em um evento subseqüente relacionado a ondas de choque de uma supernova próxima. Existe nessa região gás suficiente para que muitas gerações de estrelas sejam formadas, encurraladas pela supernova à medida que estrelas massivas se formem uma a uma.

Enquanto isso no Havaí, o espelho gigante de oito metros do Gemini North Telescope, vestindo novos filtros e um espectrógrafo multi-objeto, capturou a nebulosa bipolar mostrada abaixo, que é cavada no seu meio por ventos de radiação que atingem 200 km/s, e tem sua origem na formação de estrelas com 15 vezes a massa do Sol. Localizada a 2000 anos-luz de distância, a nebulosa conhecida como Sharpless 2-106 ou somente Sh2-106, também possui uma região de formação de estrelas embrionárias pequenas. Eventualmente em futuro distante os dois anos-luz de extensão dessa nebulosa irão se dispersar, deixando no local um pequeno aglomerado aberto com aproximadamente 150 estrelas. Quatro novos filtros do Gemini em combinação com o espectrógrafo multi-objeto foram utilzados para se obter essa imagem: hidrogênio-alfa (visto em vermelho), hélio II (violeta), oxigênio III (verde) e enxofre II (azul).

Fonte:

Revista Astronomy Now, April 2010, pp. 15

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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