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22 de dezembro de 2024

Raios-X de Uma Remanescente de Supernova Jovem São Registrados Pelo Observatório Chandra da NASA

A mais de cinquenta anos atrás, uma supernova foi descoberta na M83, uma galáxia espiral localizada a aproximadamente 15 milhões de anos-luz de distância da Terra. Os astrônomos usaram o Observatório de Raios-X Chandra da NASA para fazer a primeira detecção dos raios-X emitidos pelos detritos dessa explosão.

Denominada de SN 1957D, pois foi a quarta supernova descoberta no ano de 1957, ela é uma das poucas localizadas fora da Via Láctea que é detectável tanto em comprimentos de onda de rádio como em comprimentos de onda ópticos, décadas depois de que a explosão foi observada. Em 1981, os astrônomos viram a parte remanescente da estrela que explodiu em ondas de rádio, e então em 1987 eles detectaram a parte remanescente da explosão em comprimentos de onda ópticos, anos depois da luz da explosão por si só ter se tornado indetectável.

Uma observação relativamente curta, com aproximadamente 14 horas de duração, feita com o Observatório de Raios-X Chandra da NASA em 2000 e 2001 não detectou qualquer raio-X proveniente da remanescente da SN 1957D. Contudo, uma observação muito mais longa obtida em 2010 e em 2011, totalizando 8 dias e meio do tempo do Chandra, revelou a presença da emissão de raios-X. O brilho do raio-X em 2000 e 2001 era praticamente o mesmo ou um pouco menor do que o observado nessa imagem profunda.

Essa nova imagem feita pelo Chandra, da M83 é uma das mais profundas observações de raios-X já feita de uma galáxia espiral. A visão de campo completo da galáxia espiral mostra os raios-X de baixa, média e alta energia observados pelo Chandra em vermelho, verde e azul respectivamente.

Os novos dados de raios-X provenientes da remanescente da SN1957D, fornece informações importantes sobre a natureza dessa explosão que os astrônomos acreditam tenha ocorrido quando uma estrela massiva esgotou totalmente seu combustível nuclear e colapsou. A distribuição dos raios-X com energia sugere que a SN1957D contém uma estrela de nêutrons, ou seja, uma estrela densa com rotação rápida formada quando o núcleo de uma estrela pré-supernova colapsou. Essa estrela de nêutrons, ou pulsar, pode produzir um casulo de partículas carregadas que se move com velocidade próxima da velocidade da luz e que é conhecido como pulsar de vento de nebulosa.

Se essa interpretação for confirmada, o pulsar na SN 1957D tem 55 anos, e é o pulsar mais jovem já observado. A parte remanescente da SN 1979C na galáxia M100 contém outro candidato a ser o pulsar mais jovem já observado, mas os astrônomos ainda não têm certeza se o que existe no centro da SN 1979C é um pulsar ou um buraco negro.

Fonte:

http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2320.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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