Um jato proveniente de um buraco negro muito distante sendo iluminado pelo brilho remanescente do Big Bang, conhecido como Radiação Cósmica Micro-ondas de Fundo, ou CMB, foi descoberto por astrônomos usando o Observatório de Raios-X Chandra da NASA, quando observavam outra fonte no campo de visão do observatório.
Jatos no universo inicial como esse, conhecido como B 3 0727+409, dão aos astrônomos uma maneira de pesquisar sobre o crescimento dos buracos negros numa época muito antiga do cosmos. A luz do B3 0727+409 foi emitida a cerca de 2.7 bilhões de anos depois do Big Bang, quando o universo tinha somente um quinto da sua idade atual.
A figura principal desse post mostra os dados de raios-X do Chandra que foram combinados com imagens ópticas obtidas pelo Digitized Sky Survey. Pode-se notar que as duas fontes perto do centro da imagem não representam uma fonte dupla mas sim um alinhamento do distante jato e da galáxia em primeiro plano.
O detalhe mostra mais informações da emissão de raios-X do jato detectado pelo Chandra. O comprimento do jato no 0727+409 é de no mínimo 300000 anos-luz. Muitos jatos longos emitidos por buracos negros supermassivos já foram detectados no universo próximo, mas como exatamente esses jatos emitem os raios-X é um tema de muito debate ainda. No B3 0727+409, parece que a CMB está realçando os comprimentos de onda de raios-X.
Os cientistas acreditam que à medida que os elétrons no jato voam do buraco negro numa velocidade próxima da velocidade da luz, eles se movem através de um mar de radiação de CMB e colidem com os fótons das micro-ondas. Isso realça a energia dos fótons na faixa dos raios-X que são detectados pelo Chandra. Se esse for o caso, isso implica que os elétrons no jato B3 0727+409, precisam se manter movendo na velocidade próxima da velocidade da luz por centenas de milhares de anos-luz.
A significância dessa descoberta está no fato dos astrônomos terem essencialmente descoberto esse jato enquanto estavam observando o aglomerado de galáxias no campo. Historicamente, esses jatos distantes têm sido descobertos primeiramente nas ondas de rádio, e então nas observações de raios-X para se procurar por emissões de energia mais altas. Se os jatos de raios-X podem existir com partes muito fracas e não detectáveis de ondas de rádio, isso significa que podem existir muito mais desses jatos no universo, mas os astrônomos ainda não procuraram por eles de forma sistemática.
Fonte:
http://chandra.harvard.edu/photo/2016/b30727/