O Mini-RF, um radar de abertura sintética a bordo da sonda da NASA Lunar Reconnaissance Orbiter, recentemente fez imagens de uma cratera potencialmente rica em gelo próximo do pólo norte da Lua. Localizada nas coordenadas 84 graus norte e 157 graus oeste, essa cratera que fica permanentemente na área de sombra, tem aproximadamente 8 km de diâmetro e está localizada na base de uma cratera ainda maior chamada de Rozhdestvensky que tem 177 km de diâmetro. Sem a luz do Sol para iluminar e esquentar o fundo da cratera e suas paredes, o gelo trazido para a Lua por meio de cometas ou mesmo a partir da interação com o vento solar poderia estar ali armazenado e ser então recolhido.
A cratera foi primeiramente identificada como uma região de interesse durante a missão indiana Chandrayaan-1, quando pôde-se ver que a cratera exibia propriedades incomuns ao radar sendo consistentes com a presença de gelo. Com uma resolução 10 vezes melhor do que o radar a bordo da Chandrayaan-1, o Mini-RF nos permite ver detalhes do interior da cratera até então escondidos. Em particular é possível notar uma razão de polarização circular (CPR) que mede as características de polarização das reflexões do radar, e com isso fornecem pistas sobre a natureza do material que forma a superfície. A imagem em detalhe mostra em um mesmo senso a imagem de radar da cratera (esquerda) e a imagem de CPR colorida da cratera. Os pixels vermelhos na imagem CPEr correspondem a valores maiores que 1.2. Os valores de CPR dentro da cratera são quase todos maiores que 1, enquanto que os valores de CPR fora da cratera são menores. Regiões com CPR maior que 1 são raras na natureza, mas podem ser encontradas em regiões com espesso depósito de gelo (como as calotas polares marcianas ou gelados satélites Galileanos). Eles são também vistos em blocos grosseiros ejetados ao redor de crateras jovens e frescas, mas neste caso valores altos de CPR também são observados no anel da cratera. Essa feição identificada na Lua possui valores altos no interior da cratera e valores baixos fora dela. A equipe do Mini-RF planeja examinar os dados de outros instrumentos a bordo da LRO, particularmente aqueles que medem valores de temperatura e topografia, assim será possível caracterizar da melhor forma o ambiente e entender o que são essas feições localizadas próximas do pólo lunar.
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