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Um Pouco Sobre o Processamento das Imagens da Sonda MESSENGER


Acima podemos ver três visões de uma imagem de Mercúrio coletada pela sonda MESSENGER durante seu primeiro sobrevoo pelo planeta em Janeiro de 2008. Nas duas imagens superiores foi aplicado um filtro que realça o contraste com o objetivo de enfatizar as porções da imagem com baixos níveis de sinais que posteriormente poderiam ser corrigidas. Note que na imagem superior esquerda existem rastros brilhante no céu que se estendem desde a borda do planeta em direção a parte inferior da imagem. Esses rastros são resultado de um efeito chamado mancha de transferência de quadro. Uma imagem quando é exposta ao detector da câmera NAC é transferida para uma zona de memória onde a imagem é digitalizada, de modo que o sinal de cada pixel é transferido de cima para baixo. A câmera NAC da sonda MESSENGER como todas as câmeras de sondas espaciais, não possuem um disparador. Desse modo a luz é coletada continuamente pelo dispositivo durante aproximadamente 4 milissegundos que é o tempo necessário para completar a transferência. Como resultado desse processo alguma parte da luz é mal calibrada na imagem bruta final. O que é feito então é um processo posterior de processamento e calibração para remover a mancha gerada subtraindo o sinal devido a essa luz extra de cada um dos pixels. O resultado desse processo é a imagem superior direita, que possui o mesmo realce no contraste mas que já foi corrigida da mancha de transferência de quadro. A imagem na parte inferior do painel acima é a mesma imagem já calibrada com um contraste normal aplicado, permitindo assim que as feições de Mercúrio possam ser visíveis.

Fonte:

http://messenger.jhuapl.edu/gallery/sciencePhotos/image.php?page=1&gallery_id=2&image_id=743


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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