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Poeira ao redor da Galáxia do Olho Negro

Uma colisão de duas galáxias deixou um sistema de estrelas em fusão com uma aparência incomum bem como com movimentos internos bizarros. A galáxia conhecida como M64, ou Messier 64, possui uma banda negra espetacular de absorção de poeira localizada em frente do núcleo brilhante da galáxia, dando assim a oportunidade para apelidos como o Olho Negro, ou a galáxia do Olho do Diabo.

Detalhes finos da banda negra são revelados nesta imagem de alta resolução feita pelo Hubble e aqui reproduzida, que mostra a porção central da M64. A M64 é bem conhecida entre os astrônomos amadores devido a sua aparência quando observada com pequenos telescópios. Ela foi pela primeira vez catalogada no século 18 pelo astrônomo francês Messier. Localizada na constelação do céu do norte conhecida como Coma Berenices, a M64 está localizada a aproximadamente 17 milhões de anos-luz da Terra.

Em um primeiro momento, a M64 parece ser uma galáxia espiral normal. Como na maioria das galáxias, todas as estrelas da M64 estão rodando na mesma direção, em sentido horário, como mostrado pelo Hubble. Contudo, estudos detalhados nos anos de 1990 levaram a uma importante descoberta de que o gás interestelar nas regiões mais externas da M64 estão girando em direção oposta do gás localizado nas regiões mais internas.

Regiões ativas de formação de novas estrelas existem nas regiões de cisalhamento onde os gases em direção oposta colidem, são comprimidos e contraídos. O que se pode perceber na imagem de forma clara são as estrelas jovens, quentes e azuis, que acabaram de se formar, com nuvens rosas de gás hidrogênio brilhante que fica fluorescente quando exposto a luz ultravioleta irradiada pelas novas estrelas.

Os astrônomos acreditam que a rotação contrária das correntes de gás nasceram quando a M64 absorveu uma galáxia satélite que então colidiu com ela, talvez a mais de um bilhão de anos atrás. Essa pequena galáxia está completamente destruída, mas sinais da colisão ainda persistem na M64, como o movimento de gás retrógrado nas bordas externa da galáxia.

Essa imagem da M64 foi feita com a Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC 2) do Telescópio Espacial Hubble da NASA. As cores na imagem foram compostas e preparadas pelo Hubble Heritage Team a partir de imagens feitas através de quatro diferentes filtros de cores. Esses filtros tem por objetivo isolar a luz azul e a luz infravermelha próxima sendo assim a luz vermelha emitida pelos átomos de hidrogênio e a luz verde pelo Strömgren y.

Fonte:

http://spacefellowship.com/news/art21600/picture-of-the-day-dust-around-the-black-eye-galaxy.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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