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Poderia o Satélite Phobos ser Oco?

De volta às décadas de 1950 e 1960, existiam especulações de que a lua de Marte poderia ser oca devido a sua nada comum órbita ao redor do planeta. Hoje em dia os cientistas já concordam que a lua não é oca, mas também concordam que deve existir vastas cavernas dentro da lua que a fazem ser um corpo poroso ao invés de um corpo sólido. Para ajudar a resolver todo esse dilema, a sonda Mars Express sobrevoou o satélite na última quarta feira (3 de Março de 2010) e com isso recolher mais dados sobre o interior de Phobos. A sonda deslizou sobre a lua de Marte a apenas 67 Km de distância, o mais perto até hoje que algum objeto construído pelo homem se aproximou desse corpo celeste . Não foram registradas imagens nessa passagem. Ao invés disso todos os instrumentos foram desligados  assim as estações na Terra puderam ouvir o sinal de rádio puro proveniente de Phobos. Os cientistas dizem que os dados coletados podem ajudar a decifrar a origem de Phobos e de outras luas pertencentes à segunda geração de objetos.

Segundo os pesquisadores Phobos faz parte dessa segunda geração de objetos no sistema solar. A segunda geração significa que esse objeto se uniu a órbita de Marte, após o planeta ter sido formado, e não no mesmo tempo e a partir da mesma nuvem que formou o planeta vermelho. Existe outra lua ao redor de planetas que estão na mesma situação, como Almatéia ao redor de Júpiter.

Sobrevôos anteriores sobre Phobos mostraram que o satélite não é denso o suficiente para ser sólido. Em vez disso, ele é entre 25% e 35% poroso. Isso leva os cientistas a acreditar que ele não é nada além de um monte de pedra empilhada orbitando Marte. Esse amontoado poderia ser composto de blocos de pedras grandes e pequenos, de modo que grandes espaços existiriam entre o encaixe dessas pedras de tamanhos diferentes.

As ondas de rádio viajaram na velocidade da luz e levaram 6 minutos e 34 segundos para chegar até a Terra na quarta-feira a noite e analisou os dados do campo gravitacional de Phobos, com isso os cientistas devem ter a capacidade de estimar as variações da densidade e detectar quanto do interior de Phobos é composto por vazios. Esse sobrevôo foi apenas um de uma campanha de 12 que a sonda Mars Express irá fazer sobre o satélite. Em sobrevôos anteriores o radar estava funcionando, com o objetivo de pesquisar a subsuperfície do satélite, procurando por reflexões específicas no interior do satélite. Nos próximos sobrevôos a câmera da sonda estará ligada com o objetivo de registrar imagens em alta resolução da Lua Phobos.

Fonte:

http://www.universetoday.com/2010/03/05/could-phobos-be-hollow/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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