Um mapa geológico é uma ferramenta de suma importância e pode ajudar muito a entender a complexidade de terrenos e a evolução ocorrida na superfície de um determinado lugar. O mapa geológico mais recente lançado (que na verdade de geo, não tem nada, pois geo significa Terra), é mostrado na imagem principal desse post e é o mapa das feições que compõem a superfície do planeta anão Plutão. (vou tentar não chamar de mapa geológico).
Esse mapa cobre uma porção da superfície de Plutão que mede 2070 quilômetros da parte superior até a parte inferior, e inclui a vasta planície de gelo de nitrogênio denominada de Sputnik Planum e todo o terreno ao redor. Como é mostrado na imagem abaixo, cada cor no mapa representa um diferente tipo de terreno do planeta anão. Cada terreno, ou unidade (como os geólogos gostam de chamar) é definido pela sua textura e morfologia – suave, repleto de crateras, rugoso, montanhoso, e assim por diante. A definição de uma unidade de terreno, depende da resolução das imagens que foram usadas para tal trabalho. Todos os diferentes terrenos mostrados nesse novo mapa lançado pela NASA foram imageados numa resolução de aproximadamente 320 metros por pixel, significando que os cientistas podem mapear as diferentes unidades com uma relativa confiança.
As várias unidades coloridas em azul e verde que preenchem o centro do mapa representam as diferentes texturas observadas ao longo da Sputnik Planum, desde um terreno celular no centro e na parte norte, até uma planície suave e repleta de crateras na parte sul. As linhas pretas representam vales que marcam as bordas das regiões celulares no gelo de nitrogênio. A unidade roxa representa as caóticas cadeias de montanhas na borda oeste da Sputnik Planum e a unidade em rosa representa as colinas espalhadas e flutuantes na borda leste. A possível feição criovulcânica informalmente conhecida como Wright Mons é mapeada em vermelho no canto sul do mapa. As terras altas acidentadas da região conhecida como Cthulhu Regio são mapeadas em marrom escuro ao longo da borda oeste, marcadas por muitas crateras de impacto mostradas em amarelo.
Estudando como as fronteiras entre as unidades se cruzam e se tocam, os cientistas da missão podem determinar que unidade se sobrepõe a outra, e assim montar uma ideia cronológica relativa para as diferentes unidades presentes em Plutão. Por exemplo, as crateras em amarelo (à esquerda, na borda oeste do mapa) devem ter se formado depois do terreno ao redor. A geração de mapas desse tipo é muito importante para se tentar entender quais processos ocorreram em Plutão, e quando eles ocorreram, para assim se poder construir a história da formação e da evolução do planeta anão.
O mapa base usado para gerar esse mapa de unidade é um mosaico de 12 imagens obtidas com o instrumento LORRI com uma resolução de 390 metros por pixel. O mosaico foi obtido a uma distância aproximada de 77300 quilômetros de Plutão, a cerca de 1 hora e 40 minutos antes da maior aproximação da sonda New Horizons com o planeta anão em 14 de Julho de 2015.
Fonte:
http://www.nasa.gov/feature/putting-pluto-s-geology-on-the-map