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Planck Observa Nuvens Frias em Orion

O grande caçador no céu está sendo observado sob um novo ponto de vista pelo Planck, uma missão da Agência Espacial Européia com grande participação da NASA. A imagem em grande comprimento de onda mostra grande parte da constelação de Orion destacando as nuvens de turbidez de material frio onde novas estrelas estão sendo formadas.

A missão do Planck está ocupada pesquisando todo o céu em comprimentos de onda maiores que o da luz visível, indo desde o infravermelho até as microondas. Ele está captando luz antiga proveniente do início dos tempos, com o objetivo de aprender mais sobre o nascimento e o destino do nosso universo. Nesse processo a missão está coletando dados da Via Láctea que os astrônomos estão usando para observar piscinas frias de gás e poeira, que bloqueia a luz visível da formação das estrelas.

A imagem da constelação de Orion mostra uma região da Via Láctea onde as estrelas estão sendo formadas de forma ativa. A nebulosa de Orion famosa e que aparece em milhares de imagem ao redor do mundo se apresenta nessa imagem na parte central inferior. O ponto brilhante à direita do centro é a Nebulosa da Cabeça do Cavalo, assim chamada pois seus pilares de poeira remetem a forma de uma cabeça de cavalo. A imagem completa cobre um pedaço do céu equivalente a 26 por 26 luas.

“Pelo fato do Planck estar mapeando todo o céu, nós podemos capturar mosaicos de regiões bem grandes da via Láctea”, disse Charles Lawrence, cientista de projeto da NASA para o Planck, no JPL. “Nós estamos observando o material mais frio da região de formação de estrelas, onde as estrelas estão nos primeiros estágios de vida”.

O gigantesco arco vermelho de Barnard acredita-se ser uma onda de uma estrela que explodiu dentro da região a dois milhões de anos atrás. A bolha criada tem agora aproximadamente 300 anos-luz de comprimento.

A imagem mostra a luz resultante de dois diferentes tipos de radiação. Nas freqüências menores, o Planck primeiramente mapeia a emissão de gás quente ionizado formado pelas estrelas novas. Nas freqüências mais altas, o Planck mapeia o calor emitido pela poeira extremamente fria. Com isso ele consegue revelar os núcleos mais frios nas nuvens, que estão próximos do estágio final de colapso, instantes antes de renascerem como estrelas. Além da imagem de Orion, o Planck também fez uma imagem com o mesmo objetivo na constelação de Perseus, a segunda imagem apresentada aqui neste post.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2010-139&cid=release_2010-139&msource=20100426&tr=y&auid=6263242

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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