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Todos nós estamos na grande expectativa pelo dia 18 de fevereiro de 2021, o dia em que o rover Perserverance da NASA irá tocar o solo marciano.
Quando isso acontecer estaremos diante de uma das mais impressionantes missões que já foram enviadas para estudar o Planeta Vermelho.
O rover Perseverance da NASA, além de ter todo o objetivo astrobiológico, se é que podemos falar assim, ou seja, ele pretende encontrar sinais de vida passada em Marte, ele também é uma missão geológica, e por que não geofísica?
Normalmente um geólogo estuda as rochas observando onde elas afloram e a partir daí conseguem entender a história de uma determinada região e de um planeta, é o que o Curiosity faz na cratera Gale.
Já o geofísico, usa equipamentos, que medem determinadas propriedades físicas do planeta ou da região estudada, e assim através do processamento e interpretação dos dados consegue contar a história e também identificar características, mas as rochas não precisam estar expostas, os métodos utilizados penetram no solo e podem estudar rochas e camadas que estão na subsuperfície.
Um dos instrumentos mais fascinantes para fazer esse tipo de trabalho é o GPR, sigla para Ground Penetrating Radar, como o nome já diz é um radar de penetração do solo.
Você emite uma onda eletromagnética numa determinada frequência e antenas captam a reflexão dessas ondas no interior da área estudada, assim, com técnicas apropriadas de processamento e interpretação dos dados, é possível “ver” o que está escondido na subsuperfície.
Eu falo com propriedade sobre GPR pois fui uma das primeiras pessoas a usar um no Brasil, lá nos idos de meados dos anos 1990, usei GPR para descobrir túnel de presos no Carandiru, tubulação nas margens do Rio Pinheiros e Tietê, água, e outras coisas, o GPR hoje também é muito usado na área de arqueologia.
Até hoje, só tivemos GPRs embarcados na órbita marciana, a MArs Express da ESA que descobre os corpos de água subterrâneos em MArte usa um tipo de GPR para isso.
Mas com o Perseverance, tudo irá mudar, ele está levando o RIMFAX, o primeiro GPR que será usado na superfície do Planeta Marte.
Com isso será possível estudar a região na cratera Jezero até uma profundidade de 10 metros, e o instrumento poderá revelar camadas escondidas e dar pistas sobre os ambientes onde elas se formaram.
Como resultado final será possível fazer um modelo 3D da subsuperfície marciana.
Embora hoje Marte seja um deserto congelado, acredita-se que a cerca de 3 bilhões de anos atrás tudo era diferente, e o planeta tinha as condições para a vida se desenvolver, chegou a hora de ver se ela realmente se desenvolveu lá.
Os pesquisadores acreditam que a cratera Jezero se formou quando um grande bólido colidiu com Marte, a cerca de 3.5 bilhões de anos atrás, rios que cortavam a região encheram a cratera de água criando um lago, e a entrada desses rios criou um belo delta.
Com o RIMFAX será possível explorar a história desse delta e descobrir como ele se formou exatamente.
O RIMFAX usará a mesma metodologia usada como GPRs na Terra, ou seja, vai fazer medidas enquanto o rover caminha e quando ele estiver parado.
Chegou a hora de se fazer um raio-X da subsuperfície marciana, e o RIMFAX é a ferramenta ideal para isso.
Fonte:
https://www.nasa.gov/feature/jpl/nasas-perseverance-rover-will-peer-beneath-mars-surface