Cienistas da Universidade de New Hampshire descobriram um dos mistérios sobre como as partículas das flares solares se acumulam nos primeiros estágios na energização da radiação que pode ser prejucicial para astronautas, satélites e equipamentos eletrônicos no espaço. Usando dados obtidos pela sonda Parker Solar Probe, os pesquisadores observaram um dos maiores eventos no Sol, desde que a missão foi lançada. Essas observações mostram como o plasma que é liberado depois de uma flare solar, pode ser acelerado e amontoar partículas energéticas gerando condições perigosas de radiação.
Esse estudo foi feito com uma das primeiras observações dessa missão onde foi possível entender como a ejeção de massa coronal, empilha as partículas emitidas depois de uma flare solar. Pelo fato das partículas energéticas serem aceleradas perto do Sol, a Parker Solar Probe, com a sua capacidade de voar perto do Sol, pôde fornecer aos pesquisadores uma boa ideia do início do processo de energização e eles puderam ver o início do empilhamento de partículas. Isso é como olhar pela janela num dia de neve e ver a neve se acumulando aos poucos, disse um dos pesquisadores. No caso do Sol é a ejeção de massa coronal que empilha esse material no espaço.
No estudo, os pesquisadores observaram eventos de partículas energéticas solares de 18 de Abril de 2019 até 24 de Abril de 2019, quando duas regiões ativas perto do equador solar se tornaram altamente instáveis, liberando um grande número de flares, seguida de uma ejeções de massa coronal. Os cientistas observaram a complexa relação entre as flares, as populações de partículas e as CMEs, relações essas que fizeram com que as partículas pré-aceleradas criadas por esses eventos solares se empilhassem. O estudo destaca uma nova fase do processo de energização que é crítico para a formação da radiação que pode causar danos.
Os pesquisadores já sabiam que essas partículas de alta energia eram energizadas nessa região do Sol, o que eles não sabiam era como as partículas se empilhavam nas frentes das ejeções de massa coronal. As partículas se tornaram tão altamente energizadas que elas se movem quase que na velocidade da luz, o resultado disso é que a radiação se torna altamente maléfica para a saúde dos astronautas, e pode danificar equipamentos eletrônicos no espaço.
A sonda Parker Solar Probe foi lançada em 2018, para uma missão de sete anos para aprender mais sobre o Sol, o vento solar e a origem das partículas energéticas que criam geram essa radiação ameaçadora. A sonda passará a cerca de 6 milhões de km de distância da superfície do Sol, mais perto do que qualquer outra sonda na história, vai passar dentro da coroa solar, e com isso irá ajudar os cientistas a entender melhor e fazer melhores previsões do que chamamos de clima espacial que pode afetar a Terra. A bordo da Parker Solar Probe está um conjunto de instrumentos chamado de Integrated Science Investigation of the Sun, que foi especialmente desenvolvido para medir o ambiente de partículas energéticas próximo do Sol. Nesse conjunto de instrumentos existem dois que foram desenvolvidos com base em missões prévias onde a Universidade de New Hampshire estava envolvida, mostrando a tradição dessa universidade e de seus pesquisadores em estudar o Sol.
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