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27 de novembro de 2024

OUMUAMUA PODE SER UM FLOCO DE NEVE GIGANTE | SPACE TODAY TV EP.1739

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Desde o dia em que foi descoberto em 2017, o Oumuamua tem figurado nas manchetes astronômicas.

Também não é todo dia que recebemos em nosso sistema planetário um visitante interestelar.

Ultimamente, uma grande discussão foi aberta em torno do Oumuamua, quando o pesquisador Avi Loeb de Harvard disse que ele poderia ser uma nave alienígena.

O que criou um certo desconforto da comunidade científica, e fortes críticas, principalmente quando ele voltava a defender que a única explicação para a forma estranha e para a aceleração do objeto seria se ele fosse uma nave construída por uma civilização inteligente.

Mas muitos cientistas continuam estudando e buscando explicações para o Oumuamua, um deles é o Amaya Moro-Martin que acabou de propor outra explicação para o estranho objeto.

O Oumuamua seria na verdade um floco de neve gigante.

Toda essa dúvida sobre o objeto nasce do fato de não termos muitas observações sobre ele e nem observações de muita qualidade, o máximo que temos são medições de seu brilho, indicando que ele é um objeto alongado com 400 metros de comprimento e que gira de forma cambaleante a cada 10 ou 8 horas, além disso, e o principal é que o objeto sofreu uma estranha aceleração ao passar pelo sistema solar.

Foi isso que levou o Avi Loeb a sugerir a origem artifical do Oumuamua, considerando ele, uma vela solar, fina construída por alienígenas.

Já Moro-Martin, tem uma explicação muito mais natural para isso.

Ela sugere que o Oumuamua seja feito de um material congelado e poroso, o que dá a ele uma baixa densidade e uma estrutura fractal.

Para a pesquisadora, o Oumuamua deve ter se formado pela colisão de partículas de gelo no disco de gás e poeira ao redor de estrelas recém-formadas, o que gerou a estrutura fractal, ou seja, uma estrutura que se repete em diferentes escalas, muito parecido com um floco de neve.

O problema dessa ideia é que na Terra, nós só conhecemos estruturas fractais na escala micrométrica, não é claro que essa estrutura possa se manter em escala métrica ou maior.

Outro problema é que nessa ideia, o Oumuamua teria uma densidade de 0.001 quilos por metro cúbico, ou seja, centenas de vezes menor que a densidade do ar.

Para o Avi Loeb, com essa densidade o objeto se partiria facilmente ao girar.

Mas aí a Moro-Martin defende sua ideia, ela diz que basta assumirmos que o objeto tem uma superfície unifromemente refletiva e ele não precisa girar tão rápido como é imaginado.

E assim a sua hipótese pode ser válida.

Ela mesmo admite que muitos estudos precisam ser feitos, principalmente para demonstrar como um objeto tão pouco denso poderia sobreviver a uma viagem pelo Sistema Solar.

Infelizmente no caso do Oumuamua nós nunca saberemos pois atualmente ele está muito longe para ser obervado, teremos que esperar outros visitantes.

Mas e aí, seria o Oumuamua um floco de neve gigante, ou uma nave alienígena?

A minha bronca é que essa ideia pode ser até mais plausível que a de ser uma nave alienígena, porém, pode ter certeza que será muito menos falada.

#Oumuamua #SolarSail #Snowflake

Fontes:

https://www.newscientist.com/article/2194055-interstellar-oumuamua-might-be-a-fractal-snowflake-not-an-alien-probe/

https://arxiv.org/pdf/1902.04100.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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