fbpx

OSIRIS-REx Entra Na Órbita do Bennu e Estabelece Um Novo Recorde

Uma sonda da NASA que irá coletar amostras de um asteroide começou a circular sua rocha espacial, e estabeleceu mais um recorde na exploração espacial, esse asteroide se tornou o menor corpo do Sistema Solar a ser orbitado por uma sonda espacial.

A OSIRIS-REx atingiu a órbita ao redor do asteroide NEO Bennu, que tem 500 metros de diâmetro, depois de uma queima de seus motores que durou 8 segundos, no dia 31 de Dezembro de 2018, às 17:43 hora de Brasília.

A entrada na órbita do Bennu é uma realização fantástica da equipe científica da OSIRIS-REx que vem planejando esse momento faz muitos anos, e também representa mais uma acerto nessa missão, já que a manobra de inserção na órbita foi executada perfeitamente.

Oficialmente, a OSIRIS-REx, chegou no Bennu, no dia 3 de Dezembro de 2018. Nas últimas 4 semanas, a equipe da missão fez medidas do asteroide, calculou com maior precisão a massa e mapeou a forma do asteroide em detalhe.

Esse trabalho foi necessário antes de se tentar uma manobra de inserção na órbita, pois manobrar ao redor de um pequeno corpo que basicamente não tem gravidade é algo muito desafiador. Por isso não bastava chegar no asteroide, foi preciso coletar mais informações para que a manobra acontecesse com perfeição.

Antes da OSIRIS-REx entrar na órbita do Bennu, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko detinha o recorde de menor objeto do Sistema Solar orbitado por uma sonda, com seus 4.1 quilômetros, que foi orbitado pela sonda Rosetta da ESA entre os anos de 2014 e 2016. O asteroide Itokawa, que foi visitado pela sonda japonesa Hayabusa em 2005, é menor que o Bennu, mas a Hayabusa nunca entrou de verdade na órbita do Itokawa. Já a sonda japonesa Hayabusa 2 orbita o asteroide Bennu, que tem 900 metros de diâmetro, ou seja, é maior que o Bennu.

A OSIRIS-REx também estabeleceu uma nova marca, sendo a sonda a ter a órbita mais próxima de um pequeno corpo. A sonda está circulando o objeto a uma distância de 1.6 km da sua superfície.

A missão OSIRIS-REx, custou 800 milhões de dólares, e o seu nome significa, Origins Spectral Interpretation, Resource Identification, Security-Regolith Explorer, e foi lançada em Setembro de 2016. Seus principal objetivo é ajudar os pesquisadores a entender melhor os dias iniciais do nosso Sistema Solar, e dar uma luz sobre o papel que os asteroides ricos em carbono como o Bennu tiveram em trazer a vida para a Terra.

Muitas dessas informações serão conseguidas quando o material bruto do Bennu chegar na Terra. A OSIRIS-REx irá usar um braço robótico e um dispositivo para coletar amostras do solo do Bennu, e em Setembro de 2023 uma cápsula contendo as amostras do asteroide deve chegar na Terra e pousar no deserto em Utah. A Hayabusa 2 tem um objetivo muito parecido, e está programado para que a sua cápsula com amostras do asteroide Ryugu cheguem na Terra em Dezembro de 2020.

Com a entrada na órbita do asteroide realizada com sucesso a campanha de navegação da sonda chega ao fim e os pesquisadores agora esperam realizar todo o mapeamento científico e selecionar o local de coleta da amostra.

A OSIRIS-REx também irá contribuir em outras frentes. Por exemplo, a missão deve aumentar o entendimento dos cientistas sobre o potencial de recursos de asteroides como o Bennu, além de ajudar ajustar as trajetórias para entender se o asteroide tem ou não risco de se chocar com a Terra. O Bennu é classificado como um NEO PHA que tem uma pequena chance de se chocar com a Terra no final do século 22.

A inserção orbital da OSIRIS-REx foi o primeiro dos grandes eventos de sondas espaciais ocorrido em poucas horas para a NASA. Como vocês sabem a New Horizons, passou pelo Objeto do Cinturão de Kuiper Ultima Thule, às 3:33 hora de Brasília do dia 1 de Janeiro de 2019, estabelecendo outro recorde, o objeto mais distante já sobrevoado por uma sonda espacial.

Fonte:

https://www.space.com/42863-nasa-osiris-rex-orbit-asteroid-bennu.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo