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Os Remanescentes da Bacia Imbrium

Oceanos de basalto abrigam estruturas formadas pelo material ejetado durante a massiva colisão que originou a bacia Imbrium e é apresentado nessa cena da Lunar Reconnaisance Orbiter Camera (LROC) que possui o código NAC M131501983R. As setas na imagem denotam o contato entre o oceano de basalto mais jovem e as rochas mais antigas ejetadas pelo impacto que formou a bacia Imbrium. A imagem cobre uma largura de 902 metros na Lua.

O basalto preenche a maior parte das grandes bacias de impacto na Lua e em muitos casos a topografia pré-existente foi enterrada por uma enorme quantidade de lava. Contudo, algumas vezes, a topografia pré-existente está completamente enterrada pelo oceano de basalto. Quando a lava flui ao redor dos altos topográficos e não os cobre completamente, o resultado é uma paisagem conhecida como kipuka, e pode ser usado para dizer aos cientistas alguma coisa sobre a região antes que a lava fluísse pela paisagem.

No caso da imagem aqui reproduzida essa kipuka está localizada a sudoeste do Lacus Somniorum e é provavelmente formada a partir de material ejetado pelo impacto que formou a bacia Imbrium. Quando se observa a imagem regional dessa região essas saliências e outras formam uma cadeia que pode ser traçada diretamente até a bacia Imbrium.

Pelo fato dos oceanos de basalto estarem abrigando essas feições ele é posterior à formação da bacia Imbrium. Usando dados de sensoriamento remoto é possível estabelecer esse tipo e relação geológica na superfície da Lua e assim pode-se ajudar a clarear aspectos da história geológica da Lua, o que tem um papel importante para o planejamento de futuras missões de exploração lunar.

Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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