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26 de dezembro de 2024

Os Mistérios do Canal Sirsalis na Superfície da Lua

Julgando pelo que se lê na internet recentemente existe muita confusão e um grande desentendimento sobre os canais, ou ranhuras lunares. Diferentes sites dizem que o Sirsalis Rille, mostrado na imagem acima feita por KC Pau, é um tudo de lava ou um canal de lava, mas alguns também admitem uma confusão que essa feição vulcânica poderia se formar nas terras altas da Lua ao invés de se formar nos mares. A palavra rille (canal ou ranhura) é usada para descrever uma grande variedade de vales que são consideravelmente mais longos do que largos. Canais sinuosos, como o Marius, são tubos de lava vulcânicos e canais. Os lineares, como o Ariadaeus e so concêntricos como o Hippalus são rachaduras tectônicas normalmente associadas com o regime de tensão relacionado com as bacias de impacto. Os canais lineares são interpretados como depressões formadas sobre feixes verticais de magma chamados de diques. Os diques nascem em regiões onde a tensão horizontal é extensional, fazendo com que seja fácil para o dique empurrar para cima as rochas ao redor. O Sirsalis Rille, é um dos maiores canais, ou ranhuras lineares da Lua, com aproximadamente 380 km de comprimento. De acordo com referências bibliográficas, o canal tem uma largura máxima de 3.7 km e uma profundidade média de 230 metros. Combinando os dados com a inclinação medida de 60 graus para as paredes internas do canal é possível modelar um dique com largura de 600 a 700 metros que teve seu topo surgindo de uma profundidade de 300 km para uma profundidade de 2.4 km da superfície. O que apoia a interpretação dessa feição como um dique vulcânico são as medidas magnéticas feitas pelas naves Apollo e Lunar Prospector que revelaram uma grande anomalia linear sobre o dique. O Sirsalis Rille está entre os 8 ou 10 canais aproximadamente radiais à hipotética bacia de impacto Gargantuan que teve seu terço oeste preenchido pelo Oceanus Procellarum. De alguma forma os diques estão relacionados à vasta depressão Gargantuan, mas exatamente como essa relação ocorre ainda é um mistério.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/October+3%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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