Por: Ned Oliveira
A revista Nature dessa semana trouxe 4 artigos que apresentam novos resultados científicos da sonda Juno que está em Júpiter.
A sonda Juno está na órbita de Júpiter, estudando o Gigante Gasoso, desde 2016.
Entre os principais objetivos da Juno está o de descobrir o máximo de informação possível sobre o que acontece no interior do planeta, até chegar ao ponto de descobrir sobre como é o núcleo de Júpiter.
Um dos artigos publicados resume os resultados obtidos com as medias gravimétricas realizadas pela Juno em Júpiter.
Os resultados indicam uma assimetria entre os polos norte e sul de Júpiter. Medindo a magnitude da assimetria na gravidade, os pesquisadores conseguem determinar a profundidade dos jatos que cruzam a atmosfera de Júpiter.
Os resultados da Juno, com relação a isso surpreenderam os pesquisadores, pois indicaram que a camada de clima de Júpiter é mais massiva e mais profunda do que se pensava.
Ela se estende do topo das nuvens até 3000 km e contém cerca de 1% da massa de Júpiter. É nessa camada que se formam os jet streams, e assim é possível entender os mecanismos que os formam, além disso, a assinatura nos dados de graviemtria dos jatos está ligada à anomalia de gravidade existente por conta do núcleo de Júpiter.
Em outro artigo da série, os pesquisadores que analisaram os resultados da sonda Juno sugerem que abaixo dessa camada digamos climática, o planeta gire como um corpo rígido.
São necessárias medidas futuras para ajudar a entender como é essa zona de transição, e a implicação desses resultados serve para outros planetas dentro e fora do Sistema Solar.
Os resultados apontam que a região externa de rotação diferenciada deva ser no mínimo 3 vezes mais profunda em Saturno e mais rasa em planetas gigantes massivos e em anãs marrons.
Por fim, em outro artigo da revista Nature, os pesquisadores apresentaram imagens espetaculares dos polos de Júpiter capturadas pelo instrumento JIRAM.
Esse instrumento pesquisa a atmosfera, entre 50 e 70 km abaixo do topo das nuvens do planeta.
Antes da Juno, não tínhamos idéia de como era o polo de Júpiter, devido a órbita da sonda hoje temos imagens espetaculares dessa região.
O polo é repleto de tempestades em forma de ciclones, ciclones esses que se colocados na Terra, iriam de Nápoles na Itália até Noa York, isso no polo norte, pois no polo sul eles são ainda maiores.
Os ventos chegam a velocidades impressionantes de 350 km/h e eles são todos muito próximos e duradouros, não há nada parecido no Sistema Solar.
O polo norte é dominado por um ciclone central circulado por 8 ciclones circumpolares com diâmetros variando entre 4000 e 4600 km.
O polo sul de Júpiter também possui um ciclone central, e é circulado por 5 ciclones circumpolares com diâmetro entre 5600 e 7000 km.
Embora pareçam todos embolados, existe uma divisão clara entre um ciclone e outro, o que os mantém separados.
A grande questão é, por que eles não se fundem e formam um ciclone maior?
Para todas as perguntas que ainda estão sem resposta a sonda Juno está lá ainda para tentar responder, é realmente uma missão espetacular e com resultados científicos impressionantes.
Créditos das imagens: NASA / JPL-Caltech / SwRI / ASI / INAF / JIRAM
Fonte: https://www.nasa.gov/feature/jpl/nasa-juno-findings-jupiter-s-jet-streams-are-unearthly
Vídeo no canal: https://youtu.be/NcuFj1U-hB8