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17 de novembro de 2024

Observatório Gemini Faz Imagem Colorida da Possível Mini-Lua da Terra

Astrônomos usando o Observatório Internacional Gemini em Maunakea, no Havaí, conseguiram fazer imagens do pequeno objeto na órbita da Terra, mesmo com seus poucos metros de diâmetro. De acordo com Grigori Fedorets, o astrônomo líder das observações, o objeto pode ser um objeto rochoso natural, ou algo que os humanos colocaram no espaço, décadas atrás, essencialmente um detrito espacial. De qualquer modo, é um objeto interessante e é preciso determinar o que ele é.

O objeto recém-descoberto recebeu a designação de 2020 CD3, pelo Minor Planet Center da International Astronomical Union. Se esse objeto tem origem natural, como um asteroide, então ele é o segundo satélite rochoso conhecido da Terra, já descoberto no espaço, além da nossa Lua. O outro objeto, descoberto em 2006, já foi ejetado da órbita da Terra. O 2020 CD3 foi descoberto na noite de 15 de Fevereiro de 2020 por KAcper Wierzchos e Teddy Pruyne no Catalina Sky Survey, operado pelo Lunar and Planetary Laboratory da University of Arizona em Tucson, no Arizona.

A imagem, obtida em 24 de Fevereiro de 2020, mostra simplesmente um pequeno ponto de luz contra os rastros das estrelas. As estrelas aparecem com seus rastros pois o objeto está se movendo com relação ao fundo de estrelas, e o telescópio de 8 metros do Gemini North estava rastreando o objeto. É desafiador seguir esse tipo de objeto com um grande telescópio como o Gemini. John Blakeslee, Head of Science no Observatório Internacional Gemini, comentou,  “Obtendo as imagens foi um grande desafio para a equipe do Gemini, pois o objeto está se movendo rapidamente e ficando mais apagado à medida que ele se move para longe da Terra. Os pesquisadores esperam que esse objeto seja ejetado da órbita da Terra em algum momento no mês de abril de 2020”.

Fedorets, um astrônomo na Universidade Belfas de Queens, e a sua equipe estão colocando todos os esforços disponíveis para obter mais dados do objeto para determinar a sua natureza. “Observações adicionais para refinar a sua posição ajudarão os astrônomos a determinar a órbita desse objeto misterioso e a sua possível origem”, disse Fedores, adicionando que a sua refletividade é também uma importante característica, já que corpos rochosos tendem a ter uma refletividade mais baixa se comparado com coisas como motores de foguetes.

O Observatório Internacional Gemini é um programa do National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory do NSF. Outro programa do OIR Lab, o Observatório Vera C. Rubin, que ainda irá começar as suas operações científicas, irá conduzir uma pesquisa contínua e profunda do céu, procurando por objetos como esse e outros fenômenos que mudam rapidamente no céu. “Nós esperamos encontrar uma população desses objetos uma vez que o Observatório Rubin esteja operacional”, disse Fedorets. “Fiquem ligados!!!”

Fonte:

http://www.gemini.edu/node/21317

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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