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25 de dezembro de 2024

O Último Dia Da Missão da NASA Antes do Histórico Encontro com o Hartley 2

Os controladores de missão no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia, enviaram as instruções finais para a sonda que irá encontrar com o cometa ontem, terça-feira 3 de Novembro de 2010. A nova programação irá guiar a missão EPOXI da NASA para a sua maior aproximação com o cometa Hartley 2 programada para acontecer no dia 4 de Novembro às 12:00 hora de Brasília.

“O último milhão de quilômetro sempre é o mais complicado”, disse Tim Larson, gerente de missão da EPOXI do JPL. “Mas nós estamos preparados para esse dia e estamos confiantes que amanhã pela manhã começaremos a obter dados do cometa que com certeza deixarão os cientistas ocupados por meses”.

No dia 3 de Novembro às 12:00 hora de Brasília, ou seja, um dia antes do encontro a missão EPOXI da NASA estava a aproximadamente 1064900 quilômetros do Hartley 2 e se aproximando a uma taxa de 12.3 quilômetros por segundo. Hoje, ou seja, dia 4 de Novembro de 2010, na mesma hora a sonda terá alcançado sua menor distância do cometa, aproximadamente 700 quilômetros do núcleo. Durante todo o percurso as duas câmeras responsáveis pelas imagens e um instrumento infravermelho da sonda estarão adquirindo dados.

“Nós estamos realmente esperando muito por esse encontro pois o cometa tem mostrado muitas surpresas, tanto em dados da EPOXI como em dados obtidos por muitos colaboradores, nos últimos meses”, disse o principal pesquisador do EPOXI, Mike A’Hearn da University of Maryland em College Park.

Quando a missão EPOXI estava a 18 horas e a 798 000 quilômetros do cometa ela travou os seus instrumentos no cometa e começou a fase de coletar dados da missão. À medida que a distância entre a sonda e o cometa diminui, a freqüência com a qual as imagens serão obtidas irá aumentar em um crescendo até minutos antes do encontro. Todos os dados coletados durante o encontro serão carregados na memória da sonda para a posterior transmissão.

Se tudo correr como o programado aproximadamente 50 minutos antes do encontro o piloto automático da sonda, o modo AutoNav estará ativo. Quando o AutoNav estiver ativo a sonda irá receber instruções sobre a atitude do apontamento de seu próprio computador para ajudar a manter o núcleo do cometa centrado nos instrumentos que registrarão imagens e que estão a bordo da sonda.

“Nós estamos usando o modo AutoNav pois o nosso controle de missão está a 23 milhões de milhas da sonda na hora do encontro”, disse Larson. “Desse modo qualquer instrução que fosse enviada para a sonda demoraria 75 segundos para chegar até ela. Esse não é um tempo que você quer desperdiçar quando o seu objetivo é imagear um objeto com 2.2 quilômetros de largura que voa a 44256 quilômetros por hora”.

O modo AutoNav funciona utilizando o instrumento chamado Medium Resolution Imager da sonda que procura pelo ponto mais brilhante no céu que não seja o Sol. Ele então assume que esse ponto brilhante é o núcleo do cometa e ajusta a atitutde da sonda de acordo para esse ponto brilhante fique sempre no centro do MRI.

“Esse sistema AutoNav da sonda trabalhou muito bem em sua primeira missão que foi encontrar o cometa Tempel 1”, disse Larson. “Enquanto que a forma do cometa fornece uma fonte de luz central, novos dados do rádio telescópio Arecibo indicam que o cometa Hartley 2 é mais alongado em uma direção e isso poderia gerar dois pontos luminosos coincidentes com as extremidades desse corpo alongado. Se esse for mesmo o caso, esperamos que o AutoNav tome a decisão e escolha um dos pontos para manter no foco”.

A equipe da missão EPOXI espera começar a receber imagens da sonda aproximadamente 30 minutos depois do encontro mais próximo. As primeiras imagens recebidas foram feitas quando a sonda estava a 18 horas do seu alvo. Essas imagens não resolvem o núcleo do cometa mostrando-o como um ponto de luz, com uma coma nebulosa ao redor. Algumas das imagens feitas a uma pequena distância do cometa devem ser recebidas na Terra uma hora após o evento.

“Essas imagens iniciais podem não ser as melhores, nós já sabemos disso, mas nós fazemos parte de uma equipe científica que irá nos ajudar a entender a natureza dos cometas a partir dessas imagens”, disse A’Hearn. “E quando nós olharmos primeiro essas imagens ao redor do encontro mais próximo nós estaremos olhando na verdade para além, poara um tipo de núcleo de cometa que nós nunca vimos antes de tão perto”.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2010-370&rn=news.xml&rst=2802

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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