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22 de dezembro de 2024

O Telescópio Vênus do VLT e o Cinturão de Vênus

Antes de um outro dia claro, a noite estrelada cai sobre o Observatório Paranal do ESO, casa do Very Large Telescope (VLT), o céu produz uma paleta de cores intensas, apresentando um belo espetáculo para os observadores. Essas cores só podem ser vistas com essa profundidade de locais como o Paranal, onde a atmosfera é extremamente pura. Olhando para oeste sobre o Oceano Pacífico, o céu do pôr-do-Sol fica com uma coloração laranja e vermelho. Contudo, essa fotografia mostra a vista do leste, olhando na direção contrária ao Sol após ele ter se posto. A sombra cinza azulada sobre o horizonte é a sombra do nosso próprio planeta. Acima dela está um brilho rosado conhecido como “Cinturão de Vênus”, um fenômeno produzido pela luz avermelhada do Sol se pondo sendo dispersada de volta pela atmosfera da Terra.

No centro da imagem está o Unit Telescope 4 de 8.2 metros de diâmetro que faz parte do VLT. O nome Mapuche para o UT4 é Yepun, que significa Vênus. Esses telescópio podem trabalhar sozinhos bem como serem combinados em grupos de 2 ou 3 em uma técnica chamada de interferometria, que permite aos astrônomos observarem detalhes 25 vezes menores do que podem ser identificados com telescópios individuais. O VLT também tem quatro telescópios de 18 metros de diâmetro chamados de Auxiliary Telescopes (ATs), que são localizados em prédios ultracompactos e móveis, e que são inteiramente dedicados a observações por meio da interferometria. Dois dos ATs são visíveis no plano de fundo com um terceiro quase que apagado.

A estrutura laranja em frente ao Yepun é chamada de M1 Lifting Platform, ela é usada quando o gigantesco espelho primário de 8.2 metros de diâmetro do telescópio é periodicamente recoberto. O delicado espelho e a sua estrutura de suporte, que juntos pesam 45 toneladas são removidas do domo do telescópio e vagarosamente são dirigidos por dois quilômetros até o prédio de manutenção no acampamento base do Paranal. Esse processo é realizado com o máximo de segurança para não danificar nenhuma estrutura envolvida.

Fonte:

http://www.eso.org/public/images/potw1102a/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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