Esta fotografia obtida durante a Expedição Ultra HD ao Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra o telescópio dinamarquês de 1,54 metros observando o céu noturno estrelado. O Cruzeiro do Sul — um dos asterismos mais característicos — pode ser visto do lado esquerdo da cúpula aberta do telescópio, aninhado no plano da Via Láctea.
A constelação do Cruzeiro do Sul é bem conhecida pela sua forma em cruz, composta por quatro estrelas — Alfa, Beta, Gama e Delta Crucis. A estrela mais próxima das quatro, Gama Crucis, situa-se a apenas 88 anos-luz de distância da Terra, enquanto a mais afastada se situa a 364 anos-luz. A estrela azul-esbranquiçada, Alfa Crucis, que se encontra na ponta de baixo da Cruz, é a 13ª estrela mais brilhante de todo o céu noturno.
A mancha escura situada acima do Cruzeiro do Sul é a Nebulosa do Saco de Carvão, uma das mais proeminentes nebulosas escuras visíveis a olho nu. Esta nuvem opaca de poeira interestelar obscurece a luz emitida por estrelas mais distantes, criando assim o que parece ser um espaço vazio de estrelas no meio da Via Láctea. A nebulosa de emissão extremamente vermelha IC 2948 e a característica Nebulosa Carina podem ser vistas por baixo do Cruzeiro do Sul como duas manchas de nebulosidade.
O Cruzeiro do Sul tem um grande significado no hemisfério sul. Durante séculos — e tal como as sete estrelas mais brilhantes da Ursa Maior no céu setentrional — esta constelação serviu de farol aos navegadores, já que o braço mais comprido da Cruz aponta quase exatamente para o polo sul celeste. O Cruzeiro do Sul desempenhou também um papel importante nas crenças espirituais de muitas da culturas austrais e é também o logotipo do Observatório Europeu do Sul.
Crédito:
ESO/B. Tafreshi
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