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O Sol: Granulações, Manchas Solares, e Pontes Brilhantes

O Sol, a estrela em torno da qual orbitamos, é uma esfera de gás incandescente de cerca de 1,4 milhão de quilômetros de diâmetro. Ele é composto principalmente de hidrogênio e hélio, com traços de outros elementos. No entanto, o Sol não é um objeto uniforme e monótono. Ao contrário, sua superfície é um turbilhão de atividade, com características fascinantes e complexas, incluindo manchas solares e granulações.

As manchas solares são depressões na superfície do Sol que são ligeiramente mais frias e menos brilhantes que o resto do Sol. São como marcas na pele do Sol, áreas onde o fluxo de energia é inibido pelo campo magnético solar complexo. As manchas solares são mais frias que o material circundante, o que explica sua aparência escura. Elas podem ser maiores que a Terra e geralmente duram cerca de uma semana.

Por exemplo, a região ativa AR 3297, que cruzou o Sol no início de maio, apresentou uma grande mancha solar inferior atravessada por uma impressionante ponte de luz de gás solar quente e suspenso. Esta imagem de alta resolução também mostra claramente que a superfície do Sol é um tapete borbulhante de células separadas de gás quente.

Estas células são conhecidas como granulações. Uma granulação solar tem cerca de 1000 quilômetros de diâmetro e dura apenas cerca de 15 minutos. As granulações são o resultado da convecção, o processo de transferência de calor que ocorre no interior do Sol. O gás quente sobe à superfície em um padrão de convecção, esfria e depois afunda novamente, criando um padrão de “células” em constante mudança.

As manchas solares e as granulações são apenas dois exemplos das muitas características intrigantes do Sol. Elas nos ajudam a entender melhor a física subjacente a nossa estrela e a forma como ela influencia o clima espacial, que pode ter impactos significativos na Terra.

Estudar o Sol é uma tarefa desafiadora. Ele é brilhante demais para ser observado diretamente sem equipamentos especiais, e está a uma distância de cerca de 150 milhões de quilômetros. No entanto, graças à tecnologia moderna e às missões espaciais dedicadas ao estudo do Sol, como a Sonda Solar Parker da NASA e a missão Solar Orbiter da ESA, estamos descobrindo cada vez mais sobre esta estrela fascinante.

A compreensão das manchas solares e das granulações é um passo importante para prever o clima espacial, entender a vida e a evolução das estrelas e talvez até mesmo para encontrar vida além do nosso sistema solar. Portanto, continuamos a estudar o Sol, buscando respostas para nossas perguntas mais profundas sobre o universo e nosso lugar nele. E a cada nova descoberta, nos aproximamos um pouco mais de desvendar os mistérios do nosso Sol.

Fonte:

https://apod.nasa.gov/apod/ap230517.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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