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22 de novembro de 2024

O Sol Está Nervoso – Três Flares Solares de Classe X São Emitidas em 24 Horas

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observatory_150105O Sol emitiu uma terceira flare significante num período de 24 horas, às 10:11, hora de Brasília no dia 13 de Maio de 2013. Essa flare foi classificada como sendo de classe X3.2. Essa é de longe a flare mais forte de 2013, superando as duas outras flares emitidas, também de classe X num período de 24 horas.

A flare foi também associada com uma ejeção de massa coronal, ou CME. A CME começou às 10:30, hora de Brasília e não foi direcionada para a Terra. Modelos experimentais da NASA mostram que a CME deixou o Sol a uma velocidade aproximada de 1400 milhas por hora, o que é particularmente rápido para uma CME. Os modelos sugerem que ela irá superar as duas CMEs associadas com as flares anteriores. A nuvem de material solar passará pela sonda Spitzer e poderá também atingir as sondas STEREO-B e Epoxi. Os operadores dessas missões já foram notificados. Assim, os operadores podem colocar as sondas em um modo de segurança para proteger os instrumentos do material solar.

A flare de classe X2.8 foi também associada com uma ejeção de massa coronal, CME, fen6omeno esse que pode enviar bilhões de toneladas de partículas solares para o espaço, e que pode de maneira potencial afetar os sistemas eletrônicos embarcados nos satélites e no solo. A CME dessa flare também não foi direcionada para a Terra.

Modelos experimentais de pesquisa da NASA mostram que a CME deixou o Sol a 1200 milhas por hora começando às 13:18, hora de Brasília do dia 13 de Maio de 2013. A flare de classe X2.8 desse dia foi emitida às 13:05 hora de Brasília, e até então era a flare mais forte emitida pelo Sol em 2013, superando a flare de classe X1.7 emitida 14 horas antes. Essa foi a décima sexta flare de classe X emitida pelo Sol nesse seu ciclo atual e até então era a terceira mais forte (agora é a quarta). A segunda flare mais forte desse ciclo foi uma de classe X5.4 de 7 de Março de 2012, e a mais forte até agora, foi uma de classe X6.9 de 9 de Agosto de 2011.

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Antes disso, no dia 12 de Maio de 2013, o Sol havia emitido uma primeira flare intensa desse período, às 23:00, hora de Brasília. Essa flare foi classificada como sendo de classe X1.7, e deu início à quebra de recordes das flares mais fortes do ano de 2013. Essa flare também esteve associada com uma CME que também não foi direcionada para a Terra.

Flares solares são poderosas explosões de radiação. Felizmente a radiação de uma flare solar não pode passar pela atmosfera da Terra e fisicamente afetar o ser humano no solo, contudo, se for intensa o suficiente, elas podem danificar a atmosfera em uma camada onde os sinais de GPS e dos satélites de comunicação viajam. Isso corrompe os sinais de rádio pelo tempo que durar a passagem da radiação.

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Classe X, denota as flares mais intensas produzidas pelo Sol, enquanto que o número que segue a letra fornece mais informações sobre a sua intensidade. Uma X2, por exemplo, é duas vezes mais intensa que uma X1, e uma X3 é três vezes mais intensa, e assim por diante.

As flares aqui relatadas estão entrando em erupção de uma região ativa do Sol localizada sobre o lado direito do disco solar, numa região que por enquanto está escondida, mas que em breve, devido a rotação do Sol surgirá no disco voltado de frente para a Terra. Essa região produziu também duas flares menores de classe M.

A CME da flare do dia 12 de Maio de 2013 deixou o Sol a uma velocidade de 745 milhas por segundo, e como dito anteriormente, também não foi direcionada para a Terra.

O aumento no número de flares solares é bem comum nesse momento pois o ciclo de atividade normal de 11 anos do Sol está chegando ao seu máximo, que é esperado para acontecer em 2013. O ser humano tem rastreado o ciclo solar de maneira contínua desde que ele foi descoberto em 1843, e é normal que o Sol emita várias flares num mesmo dia, perto do máximo de sua atividade. A primeira flare de classe X do atual ciclo solar ocorreu em 15 de Fevereiro de 2011, desde então 15 outras flares de classe X foram emitidas.

Fonte:

http://www.nasa.gov/mission_pages/sunearth/news/News051213-flare.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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