Potentes raios lasers são lançados de um dos quatro Telescópios Principais do Very Large Telescope (VLT) do ESO, situado no Observatório do Paranal, no Chile. Os raios atingem uma camada da atmosfera, situada a 90 km de altitude, muito rica em átomos de sódio, fazendo-os brilhar e criando assim estrelas artificiais no céu. Mas porquê?
A atmosfera da Terra distorce a radiação que nos chega dos objetos cósmicos, diminuindo a nitidez das imagens astronómicas. Esta é também a razão pela qual as estrelas que vemos no céu noturno parecem “cintilar”.
Para corrigir as observações deste efeito, os astrónomos desenvolveram uma tecnologia chamada óptica adaptativa, na qual um espelho flexível é deformado centenas de vezes por segundo para contrabalançar a turbulência atmosférica. Para calcular as correções necessárias, são precisas estrelas de referência que estejam próximas no céu do objeto que está a ser observado. No entanto, nem sempre temos tais estrelas posicionadas de forma ideal e é por isso que os astrónomos tiveram a ideia de usar lasers para criar estrelas artificiais situadas nos locais perfeitos do céu sempre que são necessárias.
Facto curioso: estes átomos de sódio são deixados por meteoroides que terminaram a sua viagem pelo Sistema Solar quando entraram na atmosfera da Terra e se queimaram. Por isso, de certo modo, quando excitamos esses átomos de sódio com lasers estamos a usar matéria do espaço para nos ajudar a observar o espaço!
Crédito:
ESO/M. Zamani
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