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23 de dezembro de 2024

O Resquício de Supernova W49B

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observatory_150105O resquício de supernova altamente distorcido mostrado na imagem acima pode conter o buraco negro mais recentemente formado na Via Láctea. A imagem combina dados de raios-X obtidos pelo Observatório de Raios-X Chandra da NASA em azul e verde, dados de ondas de rádio do Very Large Array do NSF em rosa e dados infravermelhos do Observatório Palomar do Caltech em amarelo.

O resquício de supernova, chamado de W49B, tem aproximadamente mil anos de idade, como visto da Terra, e está a uma distância estimada de 26000 anos-luz.

As explosões de supernova que destroem estrelas massivas são geralmente simétricas, com o material estelar sendo expelido para fora, mais ou menos de forma igual em todas as direções. Contudo, no W49B, o material perto dos polos da estranha estrela em rotação foi ejetado a uma velocidade muito maior do que o material que emana de seu equador. Os jatos atirados para fora a partir dos polos da estrela dão forma à explosão da supernova e à sua continuação.

Traçando a distribuição e a quantidade de diferentes elementos no campo de detritos estelares, os pesquisadores são capazes de comparar os dados obtidos pelo Chandra, com os modelos teóricos de como as estrelas explodem. Por exemplo, eles encontraram ferro em somente metade do resquício enquanto outros elementos como enxofre e sílica foram espalhados pelo campo. Isso se ajusta às previsões de uma explosão assimétrica. Também, o resquício de supernova W49B tem uma forma de barril, mais acentuada do que qualquer outro resquício, tanto em raios-X como também em outros comprimentos de onda apontando o fim pouco comum dessa estrela.

Os autores também examinaram que tipo de objeto compacto a explosão de supernova deixou para trás. Na maior parte das vezes, estrelas massivas que colapsam em supernovas deixam para trás um denso núcleo em rotação chamado de estrela de nêutrons. Os astrônomos podem muitas vezes detectar essas estrelas de nêutrons através de seus raios-X ou pulsos de rádio, embora algumas vezes uma fonte de raios-X é vista sem pulsação. Uma pesquisa cuidadosa dos dados do Chandra não revelam evidências de uma estrela de nêutrons, implicando a existência de um material mais exótico pode ter se formado na explosão, como um buraco negro.

Esse pode ser o buraco negro mais jovem já formado na Via Láctea, com um idade de apenas alguns milhares de anos, como visto da Terra. Um exemplo bem conhecido de um resquício de supernova na nossa galáxia que provavelmente contém um buraco negro é o SS433. Acredita-se que esse resquício de supernova tenha entre 17000 e 21000 anos, como visto da Terra, fazendo dele muito mais velho do que o W49B.

Os novos resultados sobre o resquício de supernova W49B, que foram baseados em aproximadamente dois dias e meio de tempo de observação do Chandra, aparece no artigo na edição de 10 de Fevereiro de 2013 do the Astrophysical Journal. Os autores do artigo são Laura Lopez do MIT, Enrico Ramiro-Ruiz da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Daniel Castro, também do MIT e Sarah Pearson da Universidade de Copenhagen na Dinamarca. Esse artigo pode ser encontrado abaixo.

Fonte:

http://spaceref.com/astronomy/supernovas/supernova-remnant-w49b.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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