Esta montagem de fotografias mostra um objeto cósmico familiar, de modo muito pouco familiar.
O Embaixador Fotográfico do ESO Petr Horálek capturou este conjunto de imagens quando da sua visita ao Observatório do Paranal do ESO, no Chile, onde o céu se apresenta notavelmente límpido. Petr fotografou este Pôr de Lua avermelhado com intervalos de 5 segundos, observando a Lua à medida que esta se afundava no céu escuro e finalmente desaparecia por baixo do horizonte (as imagens estão ordenadas cronologicamente da esquerda para a direita e de cima para baixo).
A proeminente cor vermelha deve-se à refração atmosférica. À medida que a Lua se aproxima do horizonte, a sua luz refletida tem que atravessar cada vez mais atmosfera antes de chegar aos nossos olhos, o que significa que a dispersão se torna mais importante — por outras palavras, há mais ar por onde a luz tem que passar e por isso mais desta luz é dispersa. De todas as cores que compõem a luz visível, a atmosfera terrestre dispersa e refrata menos a luz vermelha devido ao seu maior comprimento de onda, o que faz com que os Pores de Sol e de Lua apresentem um característico tom vermelho-alaranjado.
Além desta cor, vemos outra estrutura notável na imagem: um efeito ondulado aparente — a Lua parece estar derretendo! Mais uma vez, trata-se de um efeito atmosférico: os raios de luz são refratados de forma estranha e irregular por camadas de ar com diferentes densidades, temperaturas, pressões, umidades, etc. A forma da Lua também parece estar achatadadevido ao efeito de lente da atmosfera, o qual empurra as seções mais baixas para cima, criando uma oval. Estes fenômenos são todos causados por refração diferencial — essencialmente cada camada da atmosfera da Terra trata a luz da Lua de modo diferente, o que resulta em imagens distorcidas.
Crédito:
Horálek/ESO
Fonte: