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23 de dezembro de 2024

O Olho do Lobo – Nebulosa Planetária NGC 5882

O olho de uma nebulosa brilha na constelação de Lopus, O Lobo nessa imagem feita pelo telescópio Espacial Hubble das Agências NASA/ESA.

Essa nebulosa parece ter duas conchas de material ao redor de uma estrela moribunda. Uma bolha brilhante azul envolve a estrela no interior. Na parte de fora é possível observar uma concha mais apagada quase esférica. Intrigantes nós, filamentos e bolhas  podem ser encontrados através da imagem. Enquanto isso no centro da imagem a parte remanescente de uma estrela anã branca brilha intensamente.

Nebulosas planetárias aparecem em todas as formas e tamanhos. Se você comparar duas sempre encontrará diferenças entre elas. Elas não tem nada a ver com planetas como sugere o nome, mas recebem essa denominação pois quando observadas de pequenos telescópios se assemelham aos planetas Urano e Netuno. Os astrônomos nos séculos 17 e 18 deram a elas o nome de nebulosas planetárias ma somente no século 19 sua verdadeira natureza como sendo parte de uma estrela que está morrendo foi reconhecida. Na verdade elas representam a morte de uma estrela de tamanho médio como o Sol. Quando o combustível de hidrogênio de uma estrela é esgotado, suas camadas externas esfriam e se expandem. Conchas de gás e poeira são expelidas para o espaço formando bolhas ao redor da estrela. A rotação da estrela normalmente determina a forma da nebulosa planetária. Tudo que acontece depois  desse processo é a exposição de um núcleo frio e morto conhecido como uma anã branca. As nebulosas planetárias brilham de forma intensa na radiação ultravioleta devido ao aquecimento do gás e da poeira ao redor causado pela anã branca. Essa estrela está lutando para sobreviver. À medida que ela tenta queimar outros elementos para servir como combustível ela se torna menor e mais quente. Essa estrela possui uma temperatura superficial que é mais de 10 vezes maior que a temperatura na superfície do Sol que é de 70000 graus Celsius. A estrela eventualmente perderá essa batalha à medida que ela consumir todo o seu combustível. Essa batalha pode durar até 50000 anos para que então a nebulosa planetária se apague completamente. O Sol somente passará por um processo parecido daqui a aproximadamente 4 bilhões de anos.

A NGC 5882 é encontrada a uma distância aproximada de 7000 anos-luz na direção da constelação do sul Lupus, O Lobo.

Fonte:

http://www.starrycritters.com/eye-in-the-wolf/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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