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O Mistério das Duas Sombras da Terra

A Terra e a Lua são dois corpos celestes que compartilham uma relação íntima. Eles orbitam um ao outro e interagem de maneiras fascinantes. Uma dessas interações envolve sombras e um fenômeno curioso chamado Cinturão de Vênus. Neste post, exploraremos um intrigante fenômeno que resulta em duas sombras da Terra, observando uma imagem capturada em julho de 2018 em Sampieri, Sicília, Itália.

Ao analisar a imagem, percebemos que a parte superior da atmosfera parece rosa, enquanto a parte inferior aparece em azul. Isso ocorre porque a metade superior está exposta à luz solar direta, enquanto a parte inferior não está. A área roxa entre as duas metades é conhecida como Cinturão de Vênus, embora Vênus só possa aparecer do outro lado do céu, próximo ao Sol.

O tom azulado da atmosfera inferior é causado pela Terra bloqueando a luz solar, criando a primeira sombra da Terra. Essa sombra se estende pelo horizonte e ajuda a criar o belo efeito visual que vemos na imagem.

O Cinturão de Vênus é uma faixa de cor púrpura visível no céu, geralmente observada durante o amanhecer ou o anoitecer. Apesar de seu nome, não tem relação direta com o planeta Vênus. O fenômeno recebeu esse nome porque Vênus é o objeto mais brilhante no céu depois do Sol e da Lua, e muitas vezes é visível perto do horizonte durante esses momentos do dia.

A cor púrpura do Cinturão de Vênus é causada pela dispersão da luz solar na atmosfera terrestre. Quando o Sol está abaixo do horizonte, a luz solar passa pela atmosfera e se espalha, criando uma faixa de cores que vai do rosa ao azul.

Agora, onde está a segunda sombra da Terra? Para encontrá-la, basta olhar para a Lua. Você percebe algo incomum na parte inferior esquerda? Essa área aparece mais escura do que o normal porque está na sombra da Terra, criando a segunda sombra terrestre. Para ser mais preciso, a Lua foi capturada durante um eclipse lunar.

Os eclipses lunares ocorrem quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre a superfície lunar. Esse fenômeno só é possível quando a Lua está cheia e alinhada com o Sol e a Terra, o que ocorre algumas vezes por ano.

A imagem mencionada foi tirada em Sampieri, Sicília, Itália, em julho de 2018. Essa foto foi cuidadosamente cronometrada para capturar a beleza e a raridade do fenômeno das duas sombras da Terra. O fotógrafo teve que esperar pelo momento exato em que o eclipse lunar ocorresse e as condições atmosféricas fossem favoráveis para registrar esse incrível fenômeno.

A observação das sombras da Terra e dos fenômenos astronômicos, como o Cinturão de Vênus e os eclipses lunares, tem um papel importante na compreensão do nosso sistema solar e do universo como um todo. Além de proporcionar um espetáculo visual fascinante, a análise desses eventos pode ajudar os cientistas a entender melhor os processos que ocorrem no espaço e como os corpos celestes interagem entre si.

A fotografia astronômica é uma forma de arte e ciência que combina habilidades técnicas e criativas para capturar a beleza e a complexidade do universo. Imagens como a capturada em Sampieri podem inspirar e educar as pessoas sobre os fenômenos celestes e a importância da preservação do nosso planeta e do espaço.

A observação do céu noturno é uma atividade relaxante e educativa que pode ser apreciada por pessoas de todas as idades. Ao olhar para o céu e identificar as sombras da Terra, o Cinturão de Vênus e outros fenômenos astronômicos, podemos nos conectar com o universo e desenvolver uma maior apreciação pela beleza e complexidade do cosmos.

A imagem capturada em Sampieri, Sicília, Itália, em julho de 2018, oferece uma visão única e espetacular do fenômeno das duas sombras da Terra. Ao analisar a imagem e compreender os processos por trás do Cinturão de Vênus e dos eclipses lunares, podemos expandir nosso conhecimento sobre o universo e apreciar a beleza dos fenômenos celestes. Então, da próxima vez que você olhar para o céu durante o amanhecer ou o anoitecer, lembre-se de procurar as sombras da Terra e apreciar a complexidade do nosso sistema solar.

Fonte:

https://apod.nasa.gov/apod/ap230509.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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