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O Interior da Cratera Green M na Lua


As crateras de impacto na Lua aparecem em diferentes tamanhos e morfologias devido às diferentes condições de impacto, por exemplo, velocidade do bólido, material que constituiu o bólido, ângulo de impacto, e também do material atingido, como por exemplo, o tipo de rocha, a coerência ou fragmentação do material. A cratera Green M (0.336?N, 133.117?E, a sudeste da cratera Mendeleev) é uma cratera com 35 quilômetros de diâmetro com belas paredes  de escorregamento, alguns terraços e depósitos de material derretido por impacto no seu interior. Na imagem mais aberta, pode-se ver tanto o material derretido por impacto como o material fraturado. Os dois blocos fraturados de alta refletância possuem aproximadamente 25 metros de largura e 40 metros de comprimento, ou seja, algo em torno da largura de dois ônibus e do comprimento de três ônibus. Esses blocos são parcialmente cobertos por uma fina camada de material derretido por impacto, ou regolito, isso indica que algum tempo já se passou desde quando esses blocos se moveram pela última vez, provavelmente pouco tempo depois do impacto, o que é diferente dos pedaços de rochas mais recentes observados na imagem.

Uma fina camada de regolito não obscurece por completo as depressões rasas e irregulares, ou as feições com relevo negativo, ao redor dos pedaços de rochas de alta refletância ou os pedaços de rochas bem menores (< 10 m) erodidos próximos. Essas depressões provavelmente representam pedaços colapsados do lençol derretido por impacto, similar ao que é observado no material derretido por impacto da cratera King. Contudo, nesse caso, tempo suficiente passou para acumular uma camada de regolito que obscureceu o que foi em algum momento da história um anel distinto, suavizando o em torno enquanto também realçava as pequenas erosões de rochas – devido aos impactos de micrometeoritos – no lençol de material derretido com o passar do tempo.

Que outras interações entre o material atingido pelo impacto e o material derretido por impacto podem ser encontradas nas imagens da sonda LROC sobre a Lua? Você seria capaz de encontrar evidências adicionais de feições de relevo negativo ou cavidades nos depósitos de material derretido por impacto?

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/486-On-the-floor-of-Green-M.html



Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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