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No ano de 1993, os astrônomos Carolyn e Eugene Shoemaker e David Levy estavam conduzindo seus trabalhos no Observatório Palomar na Califórnia quando eles descobriram um cometa periódico que foi capturado pela força gravitacional de Júpiter.
Nós sabemos que a maior parte dos cometas no Sistema Solar orbitam o Sol, mas a massa de Júpiter é tão grande que ele tem a habilidade de capturar objetos que se aproximam dele, vide a maior parte de seus satélites naturais que são pedaços de rochas espaciais capturados pela intensa gravidade de Júpiter.
Mas esse cometa em particular tinha características únicas, ele era muito grande, tão grande que a frequência de um impacto de um objeto desse tamanho é estimada em 6000 anos.
Outra característica única é que o cometa estava fragmentado, muito provavelmente pelo próprio planeta Júpiter que despedaçou o cometa na sua última passagem.
E outra característica era a sua órbita altamente excêntrica.
A órbita do cometa Shoemaker-LEvy 9 como era conhecido tinha uma excentricidade de 0.98, ou seja, quase que uma órbita hiperbólica perfeita.
Levando em consideração todas essas características e fazendo as contas necessárias, os astrônomos descobriram que o cometa tinha uma grande possibilidade de colidir com Júpiter, e com o passar do tempo e com a melhoria nos cálculos eles descobriram que isso iria realmente acontecer.
Os astrônomos então definiram que o impacto do cometa com Júpiter iria acontecer em algum momento em julho de 1994.
E a partir de então, começou toda uma movimentação de todos os astrônomos, telescópios e agências espaciais para testemunhar aquele que seria um dos maiores espetáculos já vistos pela humanidade, a colisão de um cometa com Júpiter.
Os astrônomos começaram então a monitorar o cometa, usando principalmente o Observatório Keck, o telescópio espacial alemão ROSAT X-Ray e o Hubble da NASA.
Mas quando o primeiro fragmento do cometa atingiu Júpiter em 16 de julho de 1994, o pior cenário ocorreu, e parecia que todos nós perderíamos o espetáculo.
O impacto iria ocorrer no lado de Júpiter que não estava voltado para a Terra no momento, ou seja, nenhum telescópio na Terra poderia ver o momento do primeiro impacto do cometa Shoemaker-Levy 9.
Mas em raras vezes a sorte está do lado dos astrônomos.
Em 1989 a NASA lançou a sonda Galileo, e no momento do impacto faltava ainda 1 ano para a sonda chegar em Júpiter, mas o mais interessante de tudo, é que ela estaria na posição perfeita para registrar o primeiro impacto.
Outra sonda que também poderia observar o primeiro impacto era a sonda Ulysses, que foi lançada em 1990 para monitorar o Sol e também seria virada para Júpiter no momento do impacto.
E até mesmo a sonda Voyager localizada a 6.6 bilhões de km de distância seria virada para Júpiter para registrar as emissões de rádio do impacto.
Todas as sondas pararam o que estavam fazendo para observar esse evento único que estava acontecendo diante dos nossos olhos.
Logo depois do impacto do chamado Fragmento A, a sonda Galileo viu uma grande bola de fogo entrar em erupção, no momento do impacto a temperatura chegou a 24 mil graus Celsius e levantou uma pluma de 3000 quilômetros.
Tudo isso foi uma surpresa para os astrônomos, que não esperavam ver as bolas de fogo do impacto.
Quando Júpiter rotacionou e os locais dos primeiros impactos se viraram para a Terra, foi possível ver as grandes manchas escuras nos locais onde os fragmentos do Shoemaker-Levy 9 colidiram.
Os impactos dos fragmentos criaram ondas de choque que varreram a densa atmosfera de Júpiter numa velocidade de 450 km/s, e tudo isso só sobre o primeiro impacto.
Nos seis dias seguintes, entre 16 e 22 de julho de 1994, os fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 continuaram bombardeando Júpiter.
O maior impacto foi o do chamado Fragmento G que bateu em Júpiter em 18 de julho de 1994 e produziu uma explosão 600 vezes mais potente do que todo o arsenal nuclear da Terra, e deixou em Júpiter uma cicatriz do diâmetro da Terra.
Tão espetacular quanto os impactos iniciais, foram as marcas deixadas por eles na atmosfera de Júpiter.
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