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O Gelo Seco Se Vai, Mas Deixa Marcas na Superfície de Marte

Você já brincou com gelo seco (com luvas de couro é lógico)? Talvez você já tenha feito um enfeite dos dias das bruxas? Ou uma cena de fantasma? A graça vem do fato de que o gelo seco passa diretamente do estado sólido para o gasoso se transformando em vapor, diferente do gelo de água que derrete passando para o estado líquido quando é aquecido.

Em Marte, as calotas polares sazonais são compostas de gelo seco (dióxido de carbono). Na primavera à medida que o Sol aquece o gelo, ele passa do estado sólido para vapor e isso gera uma erosão da superfície. É interessante notar a diversidade de formas que a erosão faz, e então estudar os fatores que são responsáveis por criar formas de aranhas, explosões, lagartas, todas palavras coloquiais para descreverem   o que rigorosamente se chama de terreno “araneinforme”.

Esse exemplo em particular mostra canais erodidos preenchidos com gelo brilhante, em contraste com o terreno ao redor que é avermelhado. No verão o gelo irá desaparecer subindo para a atmosfera, e assim será possível somente os canais das aranhas fantasmas cravados na superfície. Esse é um terreno verdadeiramente marciano – esse tipo de erosão não ocorre naturalmente em nenhum outro lugar, na Terra, por exemplo, temos um clima muito quente para isso.

Fonte:

http://hirise.lpl.arizona.edu/ESP_020914_0930


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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