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12 de dezembro de 2024

O Espirógrafo do Hubble

Nessa imagem clássica do Hubble feita em 2000, a nebulosa planetária IC 418 brilha como uma joia multifacetada com padrões enigmáticas. A IC 418 localiza-se a cerca de 2000 anos-luz da Terra na direção da constelação de Lepus.

Uma nebulosa planetária representa o estágio final na evolução de uma estrela similar ao Sol. A estrela no centro da IC 418 foi uma gigante vermelha alguns milhares de anos atrás, mas então ejetou suas camadas externas para espaço para formar a nebulosa, que tem agora se expandido até um diâmetro de cerca de 0.1 anos-luz. A remanescente estelar no centro é o núcleo quente da gigante vermelha, da qual a radiação ultravioleta invade o gás ao redor causando sua fluorescência. Nos próximos milhares de anos, a nebulosa gradativamente irá dispersar no espaço, e então a estrela irá esfriar e apagar por bilhões de anos como uma anã branca. O nosso sol deve passar por esse mesmo destino daqui aproximadamente 5 bilhões de anos.

A imagem do Hubble da IC 418 é mostrada com cores adicionadas para representar os diferentes filtros de câmera usados para isolar a luz de vários elementos químicos. A cor vermelha mostra as emissões do nitrogênio ionizado, o gás mais frio, localizado longe do núcleo quente, a cor verde mostra as emissões de hidrogênio e a cor azul traça a emissão do oxigênio ionizado, o gás mais quente perto do núcleo da estrela. As texturas impressionantes vistas na nebulosa foram recém-reveladas pelo Hubble, mas suas origens ainda se mantêm misteriosas.

Fonte:

https://www.nasa.gov/image-feature/goddard/2017/hubble-s-spirograph

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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