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O Cometa ISON – Antes e Depois do Periélio

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observatory_150105O Cometa ISON finalmente alcançou o periélio, o ponto de sua órbita mais próximo do Sol, ontem, dia 28 de Novembro de 2013, às 18:45 UT (16:45, hora de Brasília). O cometa passou a pouco mais de 1 milhão de quil6ometros acima da superfície solar, uma distância menor do que um diâmetro do Sol. Os dois painéis acima seguem o ISON, antes (painel da direita) e depois (painel da esquerda) de seu contato imediato com o Sol, com imagens feitas pelo instrumento LASCO a bordo da sonda SOHO. A luz do Sol é bloqueada com o disco de ocultação do LASCO, com um círculo branco no meio indicando a posição do Sol e a escala. O brilhante cometa é visto ao longo de sua trajetória na parte inferior do painel antes do encontro, mas pode-se notar que algo muito mais apagado existe perto da parte superior do painel que mostra o cometa depois do encontro, potencialmente uma cauda de poeira que se formou dos detritos deixados pela passagem do ISON pelo periélio.

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A grande pergunta é, ele sobreviveu, ou não? Ainda é cedo para responder ao certo. O que podemos ver, até mesmo na imagem mais recente do LASCO C3, acima, é que existe sim, uma parte remanescente do cometa, com uma coma razoavelmente estruturada. Porém, é preciso esperar mais alguns dias, para sabermos se essa parte que sobrou do ISON poderá ainda ser visível nos céus da Terra, depois que o cometa se afastar um pouco mais do reino do Sol.

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Mais uma vez um cometa se tornou uma decepção? Acredito que não. Desde 1985/1986 com a passagem do Halley, se fala em um grande cometa, que pode ter uma cauda visível até mesmo dia e ser mais brilhante do que a própria Lua. O Halley todos lembram (ou nem todos) foi considerado uma grande decepção. Mas depois do Halley tivemos excelentes surpresas, o cometa Hale-Bopp, o MacNaught, o último gerando uma das caudas mais espetaculares já observadas. E mais recentemente, um cometa do mesmo tipo que o ISON, ou seja, um sungrazer, o Cometa Lovejoy, que passou também perto do Sol, foi dado como morto e desaparecido, mas depois ressurgiu de forma fantástica e proporcionou um belo espetáculo nos céus da Terra. Concluindo, os cometas são mesmo imprevisíveis, e só a observação e o estudo contínuo desses astros fará com que possamos cada vez mais entendermos melhor o que acontece com eles, e assim podermos gerenciar a nossa própria expectativa sobre o que será ou não observado.

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Fonte:

http://apod.nasa.gov/apod/ap131129.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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