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O Canto Sudoeste

A imagem acima mostra um pedaço das espetaculares Montanhas Altai que formam o anel da Bacia Nectaris na Lua. A grande cratera complexa observada perto da parte central inferior da imagem é a Piccolomini e o canto sudoeste da Fracastorius aparece na parte superior direita da imagem. Uma linha quebrada de montanhas define um anel interno da bacia que fica mais ou menos na metade do caminho entre as duas grandes crateras. Com essa iluminação ela parece como fragmentos de montanhas que são lineares e alinhados de forma radial ao centro da bacia. Dentro desse anel o topo é mais baixo e parcialmente preenchido com material suave que pode ser um velho mar que perdeu sua coloração escura devido ao longo período de exposição à poeira do material ejetado das crateras subsequentes. Parece existir mais crateras e partes remanescentes das crateras na fossa entre os dois anéis do que no material mais suave adjacente à Fracastorius. Isso é consistente com a ideia de que as feições suaves sejam mais jovens. A rugosidade do terreno fora da escarpa sugere material ejetado da bacia, que é o que se espera encontrar fora dos maiores anéis da bacia. Mas um material similar ocorre na fossa a noroeste da Picco. Se ela também é uma bacia de ejeção então a Escarpa Altai não pode ser o principal anel da bacia. Essa é a situação na Orientale onde a massiva Escarpa Cordillera com certeza parece ser o anel da bacia. Mas o material ao redor das Montanhas Rook, dentro da Cordillera, é também interpretado como sendo material ejetado pela bacia forçando assim os geólogos a dizerem que a Cordillera não é o anel principal. Por muito tempo tem se aceitado essa interpretação tanto para a Nectaris como para a Orientale, surpreendendo se o material ejetado permanece suspenso tempo suficiente para que os anéis da bacia se formem com alguma parte do material ejetado que caiu dentro do anel principal. Ou talvez isso não seja o material ejetado, mas uma outra coisa.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/April+4%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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