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O CAMPO MAGNÉTICO MAIS FORTE JÁ DETECTADO NO UNIVERSO | SPACE TODAY TV EP2312

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Quando uma estrela de grande massa com uma explosão de supernova, o que resta dela pode se transformar num buraco negro, ou numa estrela de nêutrons, isso vai depender da massa do caroço remanescente da supernova.

Existem sistemas que são compostos por uma estrela de nêutrons e uma estrela normal, os astrônomos costumam chamar essas estrelas de estrelas de nêutrons binárias de raios-X.

Nesse tipo de sistema, a estrela de nêutrons agrega material e forma um disco de acreção na sua volta, se o campo magnético for muito intenso a matéria é canalizada pelas linhas de campo magnético para a superfície da estrela de nêutrons, resultando na emissão de radiação em raios-X.

Assim, temos o que chamamos de pulsares. Esses são os objetos que possuem os campos magnéticos mais intensos.

Os astrônomos sabem que esses objetos mostram uma feição de absorção peculiar, chamada de característica de espalhamento de ressonância ciclotron, que aparece no espectro desses pulsares de raios-X.

Essa feição pode ser causada por transições entre níveis de movimento eletrônico perpendicular ao campo magnético, e age como uma maneira de se examinar diretamente o comportamento do campo magnético perto da superfície da estrela de nêutrons.

Com o objetivo de estudar esse tipo de característica, e entender melhor as estrelas de nêutrons, a China lançou em 2017, uma missão chamada de Insight-HXMT.

A Insight-HXMT é o primeiro satélite astronômico de raios-X lançado pela China.

Ele é composto de instrumentos como um telescópio de alta energia, um telescópio de média energia e um telescópio de baixa energia, além de um equipamento que monitora o ambiente espacial.

Uma das características principais desse observatório espacial de raios-X é poder detectar as linhas ciclotron, ou seja, as energias extremamente altas, isso porque ele cobre uma faixa espectral entre 1 e 250 keV.

Além disso, a grande área efetiva nas altas energias, a resolução temporal grande, o fato de poder observar fontes brilhantes, entre outras coisas, ajuda esse instrumento a pesquisar os objetos mais energéticos do universo.

Os cientistas usaram a missão Insight-HXMT para estudar então um pulsar de raios-X conhecido como GRO J1008-57 durante um evento de erupção ocorrido em agosto de 2017.

Sabe aquela característica de espalhamento de ressonância ciclotron, característica desses objetos, então o Insight-HXMT detectou nesse pulsar uma em 90 keV.

A partir daí é possível então calcular a intensidade do campo magnético no objeto, e os astrônomos descobriram que o campo magnético equivalente a 90 keV no CRSF é de 1 bilhão de Tesla.

Isso é um campo magnético dez milhões de vezes mais forte do que aqueles que se podem gerar nos laboratórios em Terra.

E com isso, esse se tornou o campo magnético mais forte já medido no universo até o momento.

Está aí, mais um recorde quebrado na astronomia, e agora vocês conhecem um novo instrumento!!

Fontes:

https://arxiv.org/pdf/2008.01797.pdf

https://phys.org/news/2020-09-strongest-magnetic-field-universe-x-ray.html

#MAGNETICFIELD #PULSAR #SPACETODAY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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