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O Anel de Einstein das Canárias – Space Today TV Ep.271

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Eu já falei para vocês em vários vídeos aqui no canal o que são as lentes gravitacionais, é uma das previsões da teoria da relatividade de Albert Einstein que diz que um objeto distante, terá sua luz distorcida por um objeto de massa muito grande, que se encontra entre o objeto distante e o observador.

A primeira vez que isso foi provado foi num eclipse do Sol em 1919, observado até do Brasil, em Sobral e que ajudou Einstein na sua teoria.

Com o passar do tempo e com a tecnologia se desenvolvendo, os astrônomos conseguiram identificar os aglomerados de galáxias, estruturas gigantescas no universo, que possuem uma força gravitacional capaz de distorcer a luz proveniente de galáxias muito distantes. Na verdade esses aglomerados de galáxias, acabam ampliando a imagem dessas galáxias muito distantes, fazendo com que através de um efeito natural possamos enxergar o universo mais distante.

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Se as lentes gravitacionais já não fossem espetaculares o bastante, existe um caso específico delas que é ainda mais surpreendente. Quando todos os elementos envolvidos, ou seja, o observador, o aglomerado de galáxias e a galáxia distante estão perfeitamente alinhados, acontece o que se chama Anel de Einstein. Nesse caso, a galáxia mais distante cria um anel perfeito ao redor do aglomerado que a está ampliando.

Esse tipo de fenômeno é muito raro de ser observado. Tão raro, que o próprio Albert Einstein duvidou que um dia seria possível observá-lo.

Recentemente, quando os astrônomos vasculhavam as imagens de arquivos, obtidas pela Dark energy Camera, montada no telescópio de 4 metros de diâmetro Victor Blanco no Observatório de Cerro Tololo no Chile, eles descobriram um anel de Einstein, quase que perfeito.

Esse Anel de Einstein foi chamado de Anel de Einstein das Canárias, tem aproximadamente 300 graus de circunferência e um tamanho de 4.5 arcos de segundo, sendo maior do que a maioria dos anéis de Einstein já identificados, e fica localizado na direção da constelação do Escultor.

Como eu disse as lentes gravitacionais são usadas para fazer com que possamos observar o universo cada vez mais distante.

Nesse caso, o aglomerado de galáxias que funcionou como lente está localizado a 6 bilhões de anos-luz de distância, enquanto que a galáxia que foi ampliada e tornou-se visível está localizada a 10 bilhões de anos-luz de distancia.

Devido a raridade desse fenômeno é sempre incrível poder identificar um Anel de Einstein, além disso, quando detectado, esse tipo de fenômeno pode nos dar informações preciosas sobre a galáxia que funciona como lente, fazendo com que possamos entender cada vez melhor a evolução do universo e as suas propriedades de grande escala.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/canarias-einstein-ring-3923.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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