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26 de dezembro de 2024

Nuvem Inesperada em Torno de Estrela Enorme

Surprise Cloud Around Vast Star


observatory_1501053Esta nova imagem do Telescópio de Pesquisa do VLT (VST), instalado no Observatório do Paranal do ESO, mostra o super aglomerado estelar Westerlund 1 (eso1034). Este aglomerado excepcionalmente brilhante situa-se a cerca de 16 000 anos-luz de distância da Terra na constelação austral do Altar. O aglomerado contém centenas de estrelas muito brilhantes de elevada massa, todas com uma idade de apenas alguns milhões de anos – bebês pelos padrões estelares. No entanto, torna-se difícil observar este aglomerado devido ao gás e poeira que impedem que a maior parte da radiação visível emitida pelas estrelas chegue até à Terra.

Agora, ao estudarem imagens do Westerlund 1 com o auxílio de uma nova pesquisa  do céu austral [1], os astrônomos descobriram algo inesperado neste aglomerado. Em torno de uma das estrelas – uma supergigante vermelha chamada W26 e possivelmente a maior estrela que se conhece – descobriram nuvens de hidrogênio brilhante, as quais aparecem nesta nova imagem a verde.

Tais nuvens brilhantes em torno de estrelas de elevada massa são muito raras, sendo ainda mais raro aparecerem em torno de uma supergigante vermelha – esta é a primeira nebulosa ionizada descoberta em torno de um tal tipo de estrelas. A W26 propriamente dita deverá ser fria demais para fazer com que o gás brilhe, por isso os astrônomos suspeitam que a fonte de radiação ionizante seja, ou estrelas quentes azuis situadas noutra zona do aglomerado ou uma estrela mais tênue mas muito mais quente, companheira da W26.

A W26 irá eventualmente explodir sob a forma de supernova. A nebulosa que a rodeia é muito semelhante à nebulosa que circunda a SN1987a, os restos de uma estrela que explodiu sob a forma de supernova em 1987 [2]. A SN1987a foi a supernova que se observou mais próxima da Terra desde 1604, tendo dado por isso aos astrônomos a oportunidade de explorar as propriedades destas explosões. Estudar objetos como esta nova nebulosa em torno da W26 ajudará os astrônomos a compreender os processos de perda de massa em torno de estrelas de elevada massa, os quais levam eventualmente ao seu fim explosivo.


Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/images/potw1341a/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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