O satélite Europa de Júpiter é um mundo fascinante. Ele tem um oceano profundo de água envelopado por uma espessa crosta de gelo, oceano esse que poderiam potencialmente abrigar a vida. Acredita-se que alguma parte dessa água escapa do oceano profundo em forma de plumas, mas até agora os pesquisadores não conseguiram detectar de forma clara essas plumas. Agora, um novo estudo usando dados antigos fornecem mais evidências que o satelite de Júpiter libera água no espaço.
Os pesquisadores notaram a presença de partículas carregadas, quando a sonda Galileo da NASA sobrevoo o satélite no ano 2000.
O campo magnético de Júpiter é cerca de 20 vezes mais forte que o da Terra, e se estende por milhões de quilômetros no espaço. Europa viaja dentro do campo magnético e interage com as partículas carregadas que permeiam esse espaço. Mas durante o seu sobrevoo, a sonda Galileo detectou menos dessas partículas ao redor de Europa do que era esperado.
Novas simulações computacionais sugerem que uma pequena erupção possa ter acontecido no momento do sobrevoo. Para tentar explicar os dados de partículas detectado pela sonda Galileo, os cientistas modelaram os movimentos dos prótons de alta energia durante o sobrevoo para tentar reproduzir os dados observados, e eles acreditam terem chegado numa resposta: os prótons de alta energia que ficam ao redor de Júpiter, colidiram com uma pluma de vapor d’água lançada por Europa. Os prótons colidiram com partículas não carregadas da pluma, incorporaram os elétrons e então tornaram-se neutros, e então ficaram livres para escapar das forças de Júpiter.
Isso significa que eles não ficam mais presos no campo magnético de Júpiter e podem deixar o sistema em alta velocidade.
Essa é uma explicação interessante para a falta de prótons detectados pela sonda Galileo e adiciona evidência à pluma de Europa, que inclui a detecção de vapor d’água ao redor do satélite. A superfície de Europa é fraturada, e muda tanto por um processo interno como pela gigantesca força gravitacional de Júpiter. Mas os pesquisadores ainda não tiveram a evidência definitiva para existência das plumas escapando de Europa, como eles têm das plumas de Encélado fotografadas pela sonda Cassini.
Porém, tudo isso pode mudar no final da década de 2020. A missão Jupiter Icy Moon Explorer, ou JUICE da ESA será lançada em 2022 e chegará em Europa em 2029 e depois em 2030 chegará a missão Europa Clipper da NASA. Ambas as missões irão pesquisar o satélite com um detalhe nunca antes visto, e podem finalmente registrar as plumas de vapor d’água.
Fonte:
https://www.iflscience.com/space/new-evidence-suggests-water-plumes-on-jupiters-moon-europa/