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26 de dezembro de 2024

NGC 411 – As Aparências Podem Enganar

Appearances can be deceptive

observatory_150105Aglomerados globulares são coleções aproximadamente esféricas de estrelas extremamente velhas, e por volta de 150 desses aglomerados estão espalhados ao redor da nossa galáxia. O Hubble é um dos melhores telescópios para estuda-los, já que sua alta resolução deixa os astrônomos observarem as estrelas de forma individual, mesmo no núcleo repleto de estrelas. Todos os aglomerados têm uma aparência muito similar e em imagens do Hubble pode ser muito difícil distinguí-los, e todos eles se parecem muito com o NGC 411 mostrado aqui nesse post.

E até mesmo nas imagens do Hubble as aparências podem enganar. O NGC 411, de fato nem é um aglomerado globular, e as suas estrelas nem são velhas. Além do mais ele nem mesmo está na Via Láctea.

O NGC 411 é classificado como um aglomerado aberto. Menos unidas que um aglomerado globular, as estrelas em aglomerados abertos tendem se afastar ao longo do tempo à media que envelhecem, enquanto que em aglomerados globulares elas sobrevivem por mais de 10 bilhões de anos da história galáctica. O NGC 411 é um aglomerado relativamente novo, não tem muito mais que um décimo dessa idade. Longe de ser uma relíquia dos primeiros anos do universo, as estrelas no NGC 411 têm de fato uma fração da idade do Sol.

As estrelas no NGC 411 tem aproximadamente a mesma idade, tendo se formado de uma vez a partir de uma nuvem de gás. Mas elas não são todas do mesmo tamanho. A imagem do Hubble mostra uma grande variação de cores e brilhos nas estrelas do aglomerado. Isso conta para os astrônomos muitos fatos sobre as estrelas, incluindo suas massas, temperatura e fase de evolução. Estrelas azuis, por exemplo, têm uma temperatura superficial maior do que as estrelas vermelhas.

A imagem acima é na verdade uma composição produzida com observações ultravioleta, visível e infravermelha feitas pela Wide Field Camera 3 do Hubble. Essa combinação de filtros permite o telescópio “ver” as cores um pouco além da parte terminal vermelha e violeta do espectro.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1303a/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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