Evidências para um par de buracos negros numa galáxia espiral foram encontradas em dados obtidos pelo Observatório de Raios-X Chandra da NASA. Essa imagem principal é composta pelos dados de raios-X do Chandra em azul e dados ópticos obtidos pelo Telescópio Espacial Hubble em dourado, da galáxia espiral NGC 3392. O detalhe no retângulo mostra a região central da NGC 3993 como é observada somente pelo Chandra.
A emissão azul difusa na imagem maior é causada pelo gás quente próximo do centro da NGC 3993 e mostra raios-X de baixa energia. O detalhe mostra os raios-X de alta energia, incluindo as emissões de ferro. Esse tipo de emissão é uma feição característica de buracos negros em crescimento que são pesadamente obscurecidos pela poeira e pelo gás.
Dois picos separados de emissões de raios-X, localizados aproximadamente nas posição de 11 e 4 horas, podem ser vistos claramente na imagem em detalhe. Essas duas fontes são buracos negros que estão crescendo de forma ativa, gerando emissões de raios-X enquanto o gás cai em direção aos buracos negros e tornam-se quente. As regiões obscurecidas ao redor de ambos os buracos negros bloqueia uma grande quantidade de luz óptica e ultravioleta de material que está caindo no buraco negro.
Localizada a uma distância aproximada de 160 milhões de anos-luz da Terra, a NGC 3393 contém o mais próximo par de buracos negros supermassivos. Essa é também a primeira vez que um par de buracos negros foi encontrado em uma galáxia espiral como a Via Láctea. Separados por somente 490 anos-luz, os buracos negros na NGC 3393 são provavelmente partes remanescentes de uma fusão de galáxias com massas desiguais que aconteceu a um bilhão ou mais de anos atrás.
Chamadas de fusões menores pelos cientistas esses tipos de colisões de uma galáxia menor com uma galáxia maior, de fato, são a maneira mais comum pela qual o par de buracos negros se formam. Até a última observação feita pelo Chandra da NGC 3393, contudo, tinha sido difícil identificar bons candidatos para fusões menores pois espera-se que a galáxia final pareça com uma galáxia espiral ordinária.
Se foi uma fusão menor, o buraco negro na galáxia menor deveria ter uma massa menor do que o outro buraco negro antes das galáxias terem colidido. Boas estimativas das massas de ambos os buracos negros ainda não estão disponíveis para testar essa ideia, embora as observações mostrem que ambos os buracos negros são mais massivos do que um milhão de sóis.
Fonte:
http://chandra.harvard.edu/photo/2011/n3393/