No início de 2007 a sonda New Horizons voou através do sistema de Júpiter, ganhando assim um impulso da gravidade do planeta gigante enquanto fazia imagens em grande detalhe de Júpiter e de suas maiores luas.
Adiantando até 2010 a New Horizons conseguiu fazer outras imagens de Júpiter, só que desta vez de um ponto localizado a mais de 16 vezes a distância da Terra até o Sol e quase 1000 vezes mais distante de quando a sonda visitou o planeta pela primeira vez. Enquanto que a distância até Júpiter é muito grande para que a câmera da sonda capture os impressionantes detalhes das tempestades que assolam o planeta, como as imagens que foram feitas há três anos, essas imagens servem para lembrar o quão distante a sonda se encontra no sistema solar.
A imagem, uma das três feitas em 24 de Junho de 2010, também marcou com sucesso um importante teste. O cientista de projeto Hal Weaver disse que as imagens foram parte da atividade anual de conferência da sonda e principalmente do equipamento Long Range Reconnaisance Imager (LORRI), testes esses que servem para confirmar se o LORRI consegue ver objetos que estão relativamente perto do Sol. O ângulo entre Júpiter, a New horizons e o Sol – conhecido como ângulo de elongação solar – era de apenas 17 graus e para a câmera o Sol estava aproximadamente 460 milhões de vezes mais brilhantes que o Júpiter.
Nós queremos com essas imagens mais do que simplesmente fazer imagens de Júpiter, especialmente pelo fato que iremos fazer observações de Plutão em uma geometria similar depois que a sonda passar pelo planeta em 2015, disse Weaver do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins. “Normalmente nós preferimos observar os alvos em direção oposta ao Sol. De fato o LORRI está calibrado para funcionar em ambientes escuros como Plutão e o cinturão de Kupier. Apontá-lo diretamente para o Sol, poderia danificar a câmera mas nós decidimos tentar isso observando Júpiter. As observações foram executadas com sucesso e as imagens foram perfeitas. O LORRI até conseguiu discernir Ganymedes, a maior lua de Júpiter e Europa, outro dos grandes satélites Galileanos”.
Embora o Sol tenha um brilho muito maior, Júpiter ainda sim se tornou um alvo brilhante para o LORRI e para isso acontecer a sessão de fotos necessitou de imagens ultra rápidas para que se pudesse escapar da luminosidade do Sol, o tempo de exposição foi de 0.009 segundos. Essa é a razão pela qual os satélites aparecem tão apagados na imagem.
Concluindo a missão de teste, PI Stern, disse: “Essa imagem de Júpiter – a mais distante desde que a sonda New Horizons foi lançada – nos lembra o porta retrato criado pela sonda Voyager dos planetas do sistema solar, quando ela os fotografou além da órbita de Netuno 20 anos atrás. Talvez depois que sobrevoarmos Plutão em 2015, nós tentaremos fazer algo similar usando a New Horizons”.
O instrumento LORRI também fez imagens de Netuno e do aglomerado estelar M7, no final do mês de Junho de 2010.
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