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22 de novembro de 2024

New Horizons Envia As Imagens De Mais Alta Resolução do Ultima Thule

A equipe da missão chamou isso de objetivo estendido, um pouco antes da maior aproximação, apontar precisamente as câmeras da sonda New Horizons da NASA para fazer as imagens mais nítidas possíveis do Objeto do Cinturão de Kuiper, apelidado de Ultima Thule, o alvo sobrevoado pela sonda no ano novo de 2019, e o objeto mais distante já visitado por um artefato construído pelo homem.

Agora que a sonda New Horizons enviou essas imagens armazenadas desde o sobrevoo de volta para a Terra, a equipe pode de maneira entusiasmada confirmar que o ambicioso objetivo foi alcançado.

Essas novas imagens do Ultima Thule, obtidas com o Long Range Reconnaissance Imager, o LORRI, apenas seis minutos e meio antes da maior aproximação com o objeto que é conhecido oficialmente como 2014 MU69, que foi à 01:33, hora de Brasília, do dia 1 de Janeiro de 2019, oferece uma resolução de 33 metros por pixel. A combinação da alta resolução espacial e do ângulo favorável de visão forneceu à equipe uma oportunidade sem precedentes de investigar a superfície, bem como a origem e a evolução do Ultima Thule, que acredita-se seja o objeto mais primitivo do Sistema Solar já visitado por uma nave.

“No alvo!!!” disse Alan Stern, o principal pesquisador da New Horizons, do Southwest Research Institue, o SwRI. “Para podermos fazer essas imagens precisamos saber exatamente onde estava o Ultima Thule e a sonda New Horizons, momento a momento, já que um passava pelo outro a uma velocidade de cerca de 50 mil km/h. Essa foi a observação mais difícil que nós já tentamos fazer com a New Horizons.

“Essas observações do objetivo estendido foram arriscadas, pois tinha a chance real de termos somente uma parte do Ultima na lente da câmera, ou nenhuma parte, devido ao campo de visão restrito”, continua Stern. “Mas as equipes de ciência, de operações e de navegação foram precisas, e o resultado é espetacular para a nossa equipe científica! Alguns dos detalhes que estamos agora observando na superfície do Ultima Thule são diferentes de qualquer objeto já explorado”.

A maior resolução nos trouxe à vista diferentes feições da superfície do objeto que não estavam prontamente aparentes nas imagens anteriores. Entre essas feições estão algumas manchas brilhantes enigmáticas aproximadamente circulares no terreno. Além disso, muitas cavidades escuras pequenas perto do terminador, a borda entre o lado claro e escuro do objeto, são melhores resolvidas. “Se essas feições são crateras produzidas por impactos, cavidades formadas pela sublimação, cavidades de colapso, ou algo inteiramente diferente, ainda está sendo debatido pela nossa equipe científica”, disse John Spencer, vice-cientista de projeto do SwRI.

O cientista de projeto Hal Weaver, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, notou que as últimas imagens têm uma resolução espacial maior do que qualquer imagem já feita pela New Horizons, ou que ainda serão enviadas, durante toda a missão. Na maior aproximação, a New Horizons passou a 3500 quilômetros do Ultima Thule, 3 vezes mais perto do objeto do que passou de Plutão, em Julho de 2015.

O Ultima é um objeto menor que Plutão, mas o sobrevoo do Ultima foi feito com a mais alta precisão de navegação já realizada por qualquer sonda espacial na história. Essa precisão sem precedentes foi conseguida graças às campanhas de observação de ocultação de 2017 e 2018 realizadas na Argentina, África do Sul e Colômbia, bem como pelo uso dos dados da missão Gaia da ESA, que forneceu com precisão a localização das estrelas que foram usadas durante as campanhas de ocultação.

Essa e outras imagens do instrumento LORRI podem ser acessadas na sua versão bruta no site da missão.

A gerente de operações da missão Alice Bowman,do APL, reportou que a sonda continua a operar normalmente. A New Horizons está a aproximadamente 6.64 bilhões de quilômetros da Terra, nessa distância, os sinais de rádio viajando na velocidade da luz, alcançam as antenas da Deep Space Network da NASA seis horas e nove minutos depois da New Horizons os enviar.

Fonte:

https://www.nasa.gov/feature/new-horizons-spacecraft-returns-its-sharpest-views-of-ultima-thule

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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