Essa grande imagem do Chandra mostra a Nebulosa Carina, uma região de formação de estrelas no braço Sagittarius-Carina da Via Láctea, localizada a meros 7500 anos-luz de distância da Terra. A visão aguçada de raios-X do Chandra detectou mais de 14000 estrelas nessa região, revelou um difuso brilho em raios-X e forneceu fortes evidências de estrelas massivas já se auto destruíram nessa fábrica próxima de supernovas.
Os raios-X de baixa energia nessa imagem aparecem em vermelho, os raios-X de média energia aparecem em verde e os raios-X de alta energia aparecem em azul. O Chandra pesquisou um grande campo com 1.4 graus quadrados de área feito de um mosaico de 22 apontamentos individuais do Chandra. No total, essa imagem representa 1.2 milhões de segundos, ou aproximadamente duas semanas do tempo de observação do Chandra. Uma grande combinação de dados com múltiplos comprimentos de onda tem sido usada juntamente com essa nova campanha do Chandra, incluindo observações em infravermelho feitas com o Telescópio Espacial Spitzer e com o Very Large Telescope (VLT).
Alguns pedaços de evidência suportam a ideia de que a produção de supernovas começou nessa região de formação de estrelas. Primeiramente, existe um déficit observável de fontes brilhantes de raios-X em Trumpler 15, sugerindo que algumas das estrelas massivas nesse aglomerado foram destruídas por meio de explosões de supernovas. O Trumpler 15 está localizado na parte norte da imagem, e é um dos dez aglomerados de estrelas no complexo Carina. Alguns outros bem conhecidos também são mostrados.
A detecção de seis possíveis estrelas de nêutrons, o núcleo denso deixado para trás depois que as estrelas explodem em supernovas, fornece evidência adicional de que a atividade de formação de supernovas está em curso na Carina. Observações prévias só haviam detectado um estrela de nêutrons na região da Carina. Essas seis estrelas candidatas a estrelas de nêutrons são muito apagadas para serem detectadas com facilidade na imagem de grande escala da Carina.
A emissão difusa observada pelo Chandra também suporta a ideia de que as supernovas já surgiram na Carina. Algumas das emissões difusas de raios-X quase que certamente são provenientes de ventos de estrelas massivas, mas algumas podem também ser provenientes de partes remanescentes de explosões de supernovas.
Finalmente, uma nova população de jovens estrelas massivas tem sido detectada na Carina, potencialmente dobrando o número de estrelas jovens e massivas conhecidas na região que na sua maior parte estão destinadas a serem destruídas em explosões de supernovas posteriores. Essas estrelas são vistas como fontes brilhantes de raios-X dispersas através da imagem. Também aparece na imagem o membro mais famoso da Nebulosa Carina, a estrela Eta Carinae, uma estrela massiva, instável que pode estar prestes a explodir numa supernova. Esses últimos resultados sugerem que a Eta Carinae não está sozinha em volatilidade dentro da Nebulosa Carina.
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