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23 de dezembro de 2024

NASA Quer Criar o HAMMER Para Martelar Um Asteroide Para Longe – Space Today TV Ep.1153

E se um asteroide de tamanho razoável vier em nossa direção?

O que podemos fazer? Temos alguma tecnologia para desviar, explodir, ou isso é só coisa do filme Armagedon e colocar uma bomba atômica num asteroide é só mais um trabalho que um perfurador de poço de petróleo pode fazer?

Hoje, num cenário hipotético de um asteroide vindo em nossa direção, nem Bruce Willis nos salvaria, nào temos tecnologia para desviar nem explodir, nem fazer nada, vai nos restar somente fugir para as montanhas.

Mas pode ser que no futuro tenhamos essa tecnologia.

Na verdade é nisso que um grupo de agências e fundações científicas nos EUA veem trabalhando de forma constante.

Tentar pensar, desenvolver algo que pudesse nos livrar do mesmo fim que os dinossauros.

Acabou de ser publicado um artigo na revista Acta Astronautica, que mostra um desses esforços, na verdade a ideia do desenvolvimento de uma nave, de um sistema para se livrar de um asteroide.

A nave se chama HAMMER, sigla para Hypervelocity Asteroid Mitigation Mission for Emergency Response.

Esse nome também não é a toa, a ideia é que nave, através de um impacto cinético, algo como um martelo, ou hammer em inglês, pudesse bater no asteroide para desviar sua órbita.

E o alvo?

O alvo é ele, o Bennu, sim existem cálculos que mostram uma pequena probabilidade do Bennu se chocar com a Terra no ano de 2135, a probabilidade é de 1 em 2700.

O Bennu tem cerca de 500 metros de diâmetro e pesa mais de 79 bilhões de quilos.

A ideia principal é que ocorra um choque com o asteroide capaz de desviá-lo de sua órbita levemente, mas sem partir esse asteroide no meio, porém, existem limites, e esse estudo calculou esses limites, até onde um impacto só seria necessário, e onde seria preciso agir como Bruce Willis, ou seja, explodir o asteroide com uma bomba atômica

Óbvio que nada disso seria fácil, você teria que construir a nave, lançar, viajar até o asteroide, se chocar com ele, tudo isso num tempo hábil de modo que sua órbita pudesse ser alterada lentamente e ele então desviasse da Terra.

Os pesquisadores simularam vários cenários, lançando a nave entre 10 e 25 anos do impacto previsto.

No cenário de 10 anos, seriam necessários entre 34 e 53 lançamentos de um foguete como o Delta IV Heavy cada um deles carregando um HAMMER para fazer com que um asteroide como o Bennu desviasse da Terra.

E no cenário de 25 anos, seriam necessários entre 7 e 11 lançamentos, o número exato depende da distância da Terra até o asteroide e de várias outras condições.

No artigo tambémm é calculado que objeto seria desviado com um único impacto, e eles chegaram a conclusão que seria um objeto de 90 metros de diâmetro para ser desviado de uma distância equivalente a 1.4 raios da Terra isso mandando a nave 10 anos antes.

Se for para desviar um objeto de apenas 1 quarto do raio da Terra, seria possível fazer isso com um objeto de 152 metros de diâmetro.

No caso de um objeto como o Bennu, um único HAMMER não daria conta do recado.

Mas se a opção fosse detonar o asteroide com armas nucleares aí sim, seria possível. Óbvio que é uma opção que seria extremamente criticada, mas que seria necessária.

A ideia seria detonar uma carga nuclear a uma certa distância do Bennu, os raios-X gerados vaporizariam o material, criando um tipo de propulsão o que faria com que ele desviasse da Terra.

Essa ainda não é a opção mais radical, a mais radical de todas é aí sim, explodir o asteroide e gerar pequenos asteroides que poderiam cair na Terra sem problema, no caso do Bennu, cada pedaço teria menos de 1% da massa do objeto inicial, esse seria um caso extremo onde uma situação de muita emergência acontecesse.

Esse foi o primeiro de uma série de artigos que serão publicados sobre esse tipo de estudo, ou seja, a investigação de cenários de desvio de asteroides, ou como eles chamam de mitigação de colisão.

Os próximos objetos que serão estudados é o asteroide Didymos B alvo da missão DART da NASA e o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

E aí precisaremos ou não do Bruce Willis?

Fonte:

https://phys.org/news/2018-03-scientists-asteroid-deflector-massive-potential.html

Artigo:

https://www.slideshare.net/sacani/options-and-uncertainties-in-planetary-defense-mission-planning-and-vehicle-design-for-flexible-response/sacani/options-and-uncertainties-in-planetary-defense-mission-planning-and-vehicle-design-for-flexible-response

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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