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19 de dezembro de 2024

NASA Ajuda a Observar Tridimensionalmente Canais Subterrâneos Inundados em Marte

PIA16767

observatory_150105A sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA forneceu imagens permitindo aso cientistas pela primeira vez criarem uma reconstrução 3D de um antigo canal de água abaixo da superfície de Marte.

A sonda fez numerosas imagens durante os últimos anos que mostram canais atribuídos a uma inundação catastrófica ocorrida nos últimos 500 milhões de anos. Durante esse período, Marte, outrora era considerado frio e seco. Esses canais são essenciais para se entender a extensão que essa recente atividade hidrológica prevaleceu durante as condições áridas. Eles também ajudam os cientistas a determinar se as inundações poderiam ter induzido episódios de mudanças climáticas.

O tamanho estimado da inundação parece ser comparável com uma antiga mega inundação que foi criada pelo Scablands Canalizado na região noroeste pacífica dos EUA a leste de Washington.

As descobertas foram relatadas na edição de 7 de Março da Science Express pela equipe de cientistas da NASA, do Smithsonian Intitution em Washington e do Southwest Research Institute em Boulder, Colorado, cujo artigo pode ser encontrado no final desse post.

“Nossas descobertas mostram a escala de erosão que criou os canais previamente subestimados e com profundidade no mínimo duas vezes maior do que as aproximações realizadas anteriormente”, disse Gareth Morgan, um geólogo do Center for Earth and Planetary Studies do National Air and Space Museum em Washington e autor principal do artigo. “Esse trabalho demonstra a importância do radar de sondagem orbital em entender como a água deformou a superfície de Marte”.

Os canais localizados na Elysium Planitia, uma expansão de planícies ao longo do equador marciano e a região vulcânica mais jovem do planeta. O vulcanismo extensivo ocorrido nas últimas centenas de milhões de anos cobriu a maior parte da superfície de Elysium Planitia, e isso soterrou as evidências da história geológica antiga de Marte, incluindo a fonte e a maior parte do comprimento dos 1000 km de extensão do sistema de canais de Marte Vallis. Para pesquisar o comprimento, a largura e a profundidade desses canais soterrados, os pesquisadores usaram o Shallow Radar (SHARAD) da Mars Reconnaissance Orbiter.

A morfologia de Marte Vallis é similar aos mais antigos sistemas de canais em Marte, especialmente àqueles localizados na Bacia Chryse. Muitos cientistas pensam que os canais de Chryse provavelmente foram formados pelo lançamento catastrófico de água no solo, embora outros sugiram que a lava pode ter produzido muitas dessas mesmas feições. Em comparação pouco é conhecido sobre Marte Vallis.

Com o radar SHARAD, a equipe foi capaz de mapear os canais enterrados em três dimensões com detalhes suficiente para ver evidências que sugerem duas diferentes fases na formação dos canais. Uma fase com a formação de pequenos canais anastomosados, que levaram à formação de um canal principal. Esses canais menores fluíram ao redor de quatro ilhas. E uma segunda fase com a formação de canais mais largos e profundos.

“Nessa região, o radar registrou múltiplos refletores que são superfícies ou bordas que refletem as ondas de rádio, assim é possível ver múltiplas camadas”, disse Lynn Carte, co-autor do artigo do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Md. “Raramente observamos dados do SHARAD fora das regiões polares congeladas de Marte”.

O mapeamento também forneceu informações suficientes para se estabelecer que as inundações que cavaram os canais originaram-se de uma porção agora soterrada do sistema de fraturas de Cerberus Fossae. A água poderia ter se acumulado em um reservatório subterrâneo e foi liberada pela atividade vulcânica ou tectônica.

“Enquanto o radar estava pesquisando por espessas camadas de rochas sólidas e secas, ele nos forneceu informações únicas sobre a recente história da água numa região fundamental de Marte”, disse o coautor Jeffrey Plaut do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.

A Agência Espacial Italiana forneceu o instrumento SHARAD para a Mars Reconnaissance Orbiter e a Sapienza University de Roma lidera suas operações. O JPL é uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, que gerencia a missão para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. A empresa Loockheed Martin Space Systems de Denver construiu o módulo orbital e apoia suas operações.

A imagem 3D pode ser vista online em http://www.jpl.nasa.gov/spaceimages/details.php?id=PIA16767. Para mais informações sobre a missão da Mars Reconnaissance Orbiter da NASA visite: http://www.nasa.gov/mro .

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-087&cid=release_2013-087

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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